INTEGRAÇÃO DO PROJECTO NAS ACTIVIDADES DA ESCOLA
Turmas: 11ºA e 11ºB - Área Escola (Inglês, Educação Física, Técnicas Laboratoriais de Biologia, Ciências da Terra e da Vida, Filosofia, Português, Educação Moral e Religião Católica) (2003/04)
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2. Investigação
O que é a Sexualidade e a Educação Sexual?
10. Opiniões das pessoas da idade dos nossos pais e avós sobre a sexualidade e Educação Sexual
Questionário | Resultados I a II.2| II.3 a II.4 | II.5 a II.7 | II.8 a II14 | Discussão dos resultados





Jovens Saudáveis em Acção - Projecto Piloto de Educação Sexual

ESCOLA ES/ 3 MARTINS SARMENTO, GUIMARÃES
QUESTIONÁRIO

Objectivo:
Investigar o que pensa a comunidade sobre a sexualidade e a educação sexual


III - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E PROBLEMAS A RESOLVER

A sexualidade é entendida pela maior parte das pessoas da idade dos nossos avós (gráfico 7) como ter relações sexuais (26%), ter atracção sexual e prazer sexual (19%) e ser uma manifestação de amor, carinho e sexo (19%). A maior parte das pessoas da idade dos nossos pais (gráfico 8) considera que é tudo o que está relacionado com a reprodução (17%), é uma manifestação de amor, carinho e sexo (17%) e é a expressão da nossa personalidade, pelo facto de sermos homens ou mulheres (15%).
Verifica-se que nas duas faixas etárias o conceito de sexualidade, as suas manifestações e as suas funções estão fundamentalmente associados à idade adulta e a uma redução da sexualidade à sua função reprodutiva. Apenas 15% das respostas dos pais tem uma visão mais realista do que é a sexualidade, porque as resposta têm subjacente a ideia de que a sexualidade "é a expressão da nossa personalidade, pelo facto de sermos homens ou mulheres", isto é, incluem a dimensão física, psicológica, social e ética que resulta do facto de termos nascido homens ou mulheres e do nosso processo de crescimento inseridos num determinado meio social.

É importante levar os avós e os pais a conhecerem esta última visão da sexualidade, pois a sexualidade já existe desde o nascimento e só termina com a morte, além disso é uma função da personalidade do homem e da mulher que inclui o que sente por ser homem ou mulher e como se sente como pessoa. Também é importante realçar, como nós analisámos nas aulas, que a sexualidade se expressa de maneira diferente ao longo das várias fases da vida, através beijos, abraços, sorrisos, relações sexuais, etc., e tem diferentes funções, como por exemplo, a forma como comunicamos com a mãe quando somos bebés, fazer amizades, ter prazer, reproduzirmo-nos, etc..




Segundo os inquiridos da idade dos nossos avós, a maior parte dos adolescentes no seu tempo viveu a sua adolescência (gráfico 9) a trabalhar para ajudar em casa (24%), alegremente, brincando muito, de forma saudável e convivendo abertamente (19%), viviam reprimidos na sua sexualidade (19%) e tinham menos liberdade do que actualmente (13%). Consideraram que os adolescentes da sua geração viviam a amizade (gráfico 11) de uma forma intensa, sincera, duradoura, verdadeira saudável, forte e íntima (49%), que a amizade era para se divertirem em conjunto, brincarem e estarem alegres (19%) e que era mais forte, mais sincera e a partilha dos problemas mais intensa do que no presente (13%). Também pensam que os adolescentes da sua geração viviam o namoro (gráfico 13) às escondidas e sob a vigilância dos pais (31%), que esse namoro era feito com mais respeito, de uma forma mais discreta e mais séria que actualmente (25%) e que era uma preparação para o casamento (13%). Sobre a intimidade (gráfico 15) alguns consideraram que era tida com respeito e de forma saudável (28%), outros que só existia às escondidas (20%), outros que não existia(13%), outros referiram que a intimidade no namoro era só dar beijos e que as relações sexuais só existiam depois do casamento (13%) e outros ainda referiram que não tinham à vontade para falar sobre intimidade (13%). Em relação à relação com os pais (gráfico 17) referiram que era uma relação de respeito e obediência (31%), de respeito, distância e baseada no medo (31%), que era uma boa relação (19%) e que não existia abertura em relação à sexualidade (13%). Na época em que viveram a sua adolescência as expectativas que tinham para o futuro eram (gráfico 25) trabalhar (25%), trabalhar e constituir família (19%), casar (6%) e tirar um curso e trabalhar (6%). Alguns referem apenas que as expectativas eram poucas (19%) e outros que eram boas (6%).

Alguns inquiridos da idade dos nossos avós, sobre "a relação com os pais" dos adolescentes actuais (gráfico 19) consideram que não existe respeito (49%), outros que há um relacionamento mais aberto (19%), outros que há mais liberdade e um relacionamento mais distante (13%), outros, pelo contrário, que o relacionamento é mais próximo (13%) e também referiram que os pais não sabem educar os filhos (6%). Na relação com o namorado (gráfico 21) mais de metade (53%) referiu que os namorados não se privam de nada mesmo na via pública, que as relações entre namorados são imaturas, irresponsáveis e muito permissivas (27%), que levam o namoro como uma brincadeira, para se divertir (13%) e que há mais afectividade no namoro e vivem as experiências mais cedo (7%). As expectativas que agora os adolescentes têm para o futuro são (gráfico 27) maiores que antigamente (25%) e estudar para ter emprego (19%). Alguns referem que os actuais adolescentes não pensam no futuro ou pensam mais no presente (25%) e outros que não têm expectativas para o futuro ou têm poucas (6%).


No tempo dos nossos pais os aspectos mais referidos sobre a sua adolescência (gráfico 10) foram viver com menos liberdade que actualmente (18%), viver alegremente, brincando muito, de forma saudável e convivendo abertamente (17%) e trabalhar para ajudar em casa (11%). Uma parte estes inquiridos (11%) pensa que os adolescentes do seu tempo viviam como actualmente os adolescentes vivem. Tinham a mesma opinião que as pessoas da idade dos nossos avós sobre a forma como os adolescentes da sua geração viviam a amizade (gráfico 12) e o namoro (gráfico 14), embora no namoro fosse referido, por uma percentagem mais elevada de pessoas, que "se namora por amor, por paixão e por desejo" (18% dos inquiridos da idade dos pais e 6% da idade dos avós). Referiram os mesmos aspectos que a outra faixa etária sobre a intimidade (gráfico 16), embora uma percentagem mais elevada referisse que "a intimidade não existia" (31%) e que "a intimidade no namoro era só dar beijos e as relações sexuais só existiam depois do casamento" (21%) e uma percentagem muito mais reduzida referisse que "a intimidade era tida com respeito e de forma saudável" (6%). Em relação à relação com os pais (gráfico 18) também referiram os mesmos aspectos que a outra faixa etária, mas uma maior percentagem referiu que nas relações com os pais "era boa, mas não existia abertura em relação à sexualidade (39%). Na época em que viveram a sua adolescência as expectativas que tinham para o futuro eram (gráfico 26) tirar um curso e trabalhar (18%), casar (18%), trabalhar (15%) e trabalhar e constituir família (12%). Alguns inquiridos responderam que as expectativas eram boas (22%) e outros que eram poucas (12%).


Também segundo os inquiridos da idade dos nossos pais, a maior parte dos adolescentes actuais "na relação com os pais (gráfico 20) tem os mesmos comportamentos e atitudes referidos pela outra faixa etária, embora "o relacionamento aberto com os filhos tenha sido referido por um número muito maior de inquiridos (41%). Neste grupo não foi referido "que os pais não sabem educar os filhos". Na relação com o namorado (gráfico 22) os aspectos referidos para a caracterização do namoro foram muito diversos: "As relações entre os namorados são imaturas, irresponsáveis e muito permissivas" (25%); "A relação entre os namorados é mais aberta e de igualdade"(15%); "Os namorados sentem-se mais à vontade e com mais liberdade" (15%); "Levam o namoro como uma brincadeira, para se divertir" (12%); "Há mais afectividade no namoro e vivem as experiências mais cedo" (6%); "Perdeu-se o romantismo no namoro e a experiência é mais física" (6%) e "Os namorados não se privam de nada, mesmo na via pública" (6%). As expectativas que agora os adolescentes têm para o futuro são (gráfico 28) maiores que antigamente (6%) e estudar para ter emprego (27%). Quase metade dos inquiridos referiu que os adolescentes não pensam no futuro ou pensam mais no presente (31%) e que não têm expectativas ou têm poucas (15%).

A caracterização pelas duas faixas etárias dos adolescentes na sua adolescência, na maneira como a viveram e como viveram o namoro, a amizade, a intimidade e a relação com os pais apresenta muitas semelhanças. A ideia geral é que os adolescentes tinham menos liberdade, as saídas eram feitas geralmente à tarde e ao fim de semana e sob a vigilância dos pais. As amizades eram mais sérias no seu tempo que hoje em dia e o namoro também era mais sério, mais respeitador, realizava-se às escondidas e sob a vigilância dos pais. O tipo de intimidade resumia-se a beijos e abraços dados discretamente e as relações sexuais só existiam depois do casamento. A relação com pais era mais fechada, mais distante e obedecia-se aos pais por respeito e, às vezes, por medo.
As duas faixas etárias também consideraram que as relações de amizade e namoro, hoje em dia, são mais abertas, embora às vezes falte o respeito e haja abusos. Os namoros são mais superficiais e mais físicos, pois existe muita mais liberdade.
Sobre as expectativas que tinham no seu tempo para o futuro e que os adolescentes têm actualmente há grandes diferenças. No passado o objectivo principal da maior parte das pessoas era ter o mínimo de estudos que desse para trabalhar, ter a sua própria independência e formar família. Sobre as expectativas actualmente há duas opiniões: os adolescentes não têm expectativas em relação ao futuro e querem estudar e tirar um curso superior pois têm ambições.
Sobre o que fariam de diferente se fossem agora adolescentes, as opiniões dividem-se. Algumas pessoas não mudariam nada e outras sairiam mais, principalmente à noite.
Globalmente, parece que os inquiridos vêem as características de personalidade e as atitudes e comportamentos dos jovens de hoje mais negativamente que no seu tempo. Este aspecto deveria ser discutido.




Segundo os inquiridos da idade dos nossos avós em relação aos métodos contraceptivos mais usados na sua época (gráficos 29), um grande número respondeu que não se usava nenhum (44%) ou que se usava o preservativo (25%). Os inquiridos da idade dos nossos pais responderam (gráfico 30) que se usava a pílula (26%), o preservativo e a pílula (26%), o preservativo (23%), nenhum método (16%), a interrupção do coito, o preservativo e a pílula (6%) ou a interrupção do coito e o preservativo (3%).
Pela análise dos inquiridos os métodos contraceptivos foram sendo cada vez mais usados ao longo do tempo.




Todos os inquiridos consideraram que a masturbação não é prejudicial. As três principais razões apresentadas são iguais para as pessoas da idade dos nossos avós e da idade dos nossos pais (gráficos 31 e 32): a masturbação ajuda a natureza, é benéfica para a saúde, provoca estabilidade emocional e ajuda a aliviar a tensão sexual (47% e 28%, respectivamente); a masturbação não faz mal, é uma coisa normal (20% e 35%, respectivamente) e a masturbação faz parte da descoberta da sexualidade, da descoberta do próprio corpo (13% e 29% respectivamente).
As falsas ideias sobre masturbação parece que deixaram de existir. As pessoas referiram que não é prejudicial nem física nem mentalmente. Este aspecto parece que já não é necessário ser discutido.




Acerca da homossexualidade as opiniões da maior parte das pessoas da idade dos nossos avós e da idade dos nossos pais é igual (gráficos 33 e 34): "É algo a ser respeitado, a ser aceite é uma opção" (19% e 46%, respectivamente) e "É um desvio da natureza, uma doença" (49% e 39%, respectivamente).

Se tivessem um filho homossexual, as respostas das pessoas da idade dos nossos avós ordenaram-se da seguinte forma (gráfico 35): "Aceitaria e/ou apoiaria" (38%), "Não aceitaria e/ ou rejeitaria" (31%) e "Não interferiria na sua orientação" (31%) e nas pessoas da idade dos nossos pais (gráfico 36) a ordenação foi a seguinte: "Não interferiria na sua orientação" (43%), "Não aceitaria e/ ou rejeitaria (36%) e "Aceitaria e/ou apoiaria" (21%).
Sobre a homossexualidade parece que ainda existem alguns conceitos errados e falta de informação. Ainda não surge na totalidade das pessoas a aceitação da homossexualidade como uma orientação sexual e o direito que todas as pessoas têm de ser respeitadas independentemente da sua orientação sexual. Este tema deverá ser debatido.




A maior parte dos inquiridos (94%) considerou que é útil a abordagens de temas sobre a sexualidade nos meios de comunicação, porque (gráficos 37 e 38): prepara os adolescentes e informa-os (66% das pessoas da idade dos nossos avós e 78% da idade dos nossos pais) e a abordagem desses temas deixa os pais envergonhados ou os pais não estão preparados para falar sobre sexualidade (20% das pessoas da idade dos nossos avós e 10% da idade dos nossos pais).
A Educação sexual através dos meios de comunicação é bem aceite e já existe. Também se poderia discutir com pais a sua opinião sobre a educação sexual nas escolas.




A maior parte dos inquiridos, 56% das pessoas da idade dos nossos avós e 68% da idade dos nossos pais(gráficos 39 e 40) considerou que a principal diferença entre o desempenho dos homens e das mulheres na sua época e na actualidade é actualmente haver mais igualdade no acesso ao trabalho, nas tarefas domésticas e nos comportamentos sexuais.
Na época das pessoas inquiridas, a sociedade era extremamente machista, hoje em dia as mulheres já conquistaram espaço, o desempenho das mulheres é muito superior e depende da evolução da própria sociedade. Parece que começa a não ser importante discutir as sociedades machistas.




Segundo os inquiridos da idade dos nossos avós os aspectos que são mais importantes numa relação para que haja harmonia no casal são (gráfico 41): a confiança e o respeito (44%), a confiança e a boa comunicação (19%) e o respeito e a compreensão (19%).
Segundo os inquiridos da idade dos nossospais os aspectos que são mais importantes numa relação para que haja harmonia no casal são (gráfico 42): a confiança e o respeito (25%), a confiança e outro factor (15%) e o respeito e a boa comunicação (12%).
Os aspectos que promovem a harmonia entre os casais é um assunto que pode ter muito interesse para nós analisar mais profundamente.




PROBLEMAS A RESOLVER
  • Como podemos levar os avós e os pais a ficarem com outra visão sobre a sexualidade?
  • Como podemos discutir com eles as características de personalidade e as atitudes e comportamentos dos jovens de hoje, para que deixem de nos ver mais negativamente que no seu tempo?
  • Como podemos falar com os avós e pais sobre a homossexualidade?
  • Como podemos ter a sua contribuição na educação sexual na escola?
  • Como nos podem ajudar a descobrir quais são os aspectos que protegem ou dificultam as relações amorosas?



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