Tojais-urzais

Urzais-tojais

Giestais

Zimbrais
Matos

Matos

A longa intervenção humana na paisagem nortenha traduziu-se, entre outros efeitos, numa acção de desbaste selectivo, que originou as mais variadas situações regressivas. Enquanto que as florestas dos fundos férteis dos vales foram substituídas por terrenos de cultura e pastagens, nas zonas de maior altitude, a desflorestação deu origem a matos de degradação, designados por tojais e urzais consoante são dominados por urzes ou tojos.
Com o objectivo da renovação dos pastos e de tornar mais fácil o acesso do gado a estes, a queima dos montes é prática corrente no PNPG por parte dos pastores. Como consequência dessa actividade, os matos não se desenvolvem e a floresta é impedida de se regenerar naturalmente. Nas zonas de declive mais acentuado, surgem problemas sérios de erosão. A fauna das zonas afectadas com maior frequência é gravemente prejudicada, nomeadamente ao nível das populações de espécies com interesse cinegético (coelho-bravo e perdiz-vermelha, por exemplo)
Os matos – tojais e urzais – são comunidades arbustivas densas que resultam da degradação de formações florestais. Com a sua origem directamente ligada ao fogo, são o resultado de ciclos de queima cada vez mais curtos, que por vezes consomem extensões apreciáveis desta formação.

Constituem geralmente etapes de substituição dos
bosques climácicos. Como tal, não têm a mesma capacidade de regulação das condições climatéricas locais da floresta que substituíram. Consequentemente, a sua variabilidade local é elevada, o que resulta num grande número de endemismo. É também frequente que uma mesma associação de matos substitua diferentes tipos de bosque.
No PNPG, que bioclimaticamente se insere no sector galaico-português, as condições climatéricas e orográficas favorecem a ocorrência de três grandes tipos de matos designados, de acordo com as plantas que os dominam, por tojais – urzais, urzais-tojais, giestais e matos rasteiros com zimbro-anão (zimbrais). À excepção dos zimbrais, estas formações arbustivas são comunidades das orlas florestais, tipicamente ibéricas, embora estes últimos tenham muito pouca expressão no PNPG pela escassa altitude máxima que as suas montanhas atingem. Séries degradativas dos carvalhais, a sua dominância actual é o resultado da acção do homem sobre a paisagem.
Zimbro-anão (Junniperus comunnis ssp nana)
A planta mais característica desta formação arbustiva é sem dúvida o tojo (Ulex sp) cujas flores cobrem as serras de amarelo durante a Primavera. No seu conjunto, os matos atingem uma dimensão tal na paisagem que se podem considerar como a matriz onde todas as outras unidades paisagísticas estão inseridas Apresentam uma estrutura fechada, com uma copa entre 2 a 4 metros e um emaranhado de ramos que nascem de cepa. Nos casos de maior cobertura, a luz que os atravessa é muito pouca e os estratos inferiores são muito pobres. Frequentemente são mais abertos e o seu estrato herbáceo é bem desenvolvido, ocorrendo com frequência no seu seio exemplares de Arenaria montana e do feto Pteridium aquilinum. Nos giestais do piso altimontano podem ainda surgir exemplares de Deschampsia flexuosa e Vaccinium myrtillus.
Tojo (Ulex sp) Arenaria montana Lírio-do-Gerês (Iris boisierii)
Embora de uma forma muito localizada, nos matos da serra do Gerês é possível encontrar pequenos povoamentos do lírio do Gerês (Iris boisieri), endemismo local exclusivo desta serra e uma das espécies emblemáticas do PNPG.
Florestas Matos Linhas de água Sistemas agrícolas