As rochas metamórficas no PNPG

As rochas metamórficas que afloram na área do PNPG são, de uma maneira geral, rochas metassedimentares. Trata-se de rochas que resultaram do metamorfismo de rochas sedimentares, essencialmente rochas detríticas, que se teriam formado num oceano antigo, há cerca de 400 milhões de anos (de idade Silúrica).

As rochas metamórficas que ocorrem na área do Parque reflectem quer as condições de metamorfismo a que estiveram sujeitas, quer o tipo de rocha sedimentar inicial. Rochas sedimentares de grão fino, tais como argilitos e siltitos, deram origem a xistos metamórficos. Os metagrauvaques resultaram do metamorfismo de rochas sedimentares constituídas por areia fina e argila. Os quartzitos origenaram-se a partir de rochas sedimentares ricas em quartzo.
O pico do metamorfismo que originou estas rochas metamórficas terá ocorrido há cerca de 310 Ma.

Na fotografia da esquerda (estrada Paradela-Adrães na Serra do Soajo) observa-se um afloramento de xisto com alguns níveis quartzosos. É bem visível a xistosidade. Os planos de xistosidade são subverticais, de direcção NW-SE.

Nestas rochas metassedimentares, a associação mineralógica mais representativa é: quartzo ± plagioclase + moscovite + biotite ± cordierite ± andaluzite ± granada ± silimanite (por vezes fibrolite).
A fotografia da direita é uma observação com microscópio petrográfico (nicóis cruzados), evidenciando andaluzite (cristal acinzentado perto do centro), moscovite (cristais azulados) e biotite (cristais rosados).

A instalação do maciço granítico de Peneda-Gerês, há cerca de 290 Ma, provocou metamorfismo de contacto nos metassedimentos encaixantes, dando origem a rochas típicas deste processo: as corneanas. Estas são facilmente observáveis na barreira da estrada Lindoso - Fronteira da Madalena, próximo do Rio Cabril, e na Serra da Peneda, junto à povoação de S. Bento do Cando.

Na fotografia da esquerda observa-se o contacto entre o granito de Gerês (à esquerda) e as corneanas (à direita), na estrada Lindoso - Fronteira (N304-1).

As estreitas faixas de metassedimentos presentes na área do PNPG fazem parte de uma mancha mais extensa que se estende desde a região de Braga até ao rio Minho, a leste de Caminha. Designa-se por “Unidade do Minho Central e Ocidental” e é profundamente recortada por granitóides.
Os materiais que constituem esta Unidade fazem parte de um complexo que se pensa ter sido transportado dezenas de quilómetros para leste, durante as primeiras fases da orogenia Hercínica.