Maciço de Peneda-Gerês

O maciço granítico de Peneda-Gerês aflora numa área de cerca de 40 km (direcção N-S) x 20 km (direcção E-O), na região fronteiriça do noroeste de Portugal e Espanha (Galiza). Este maciço granítico é discordante, intruindo rochas pré-existentes (granitos biotítico e de duas micas e rochas metassedimentares do Silúrico).

É constituído por seis fácies graníticas, das quais três são grosseiramente concêntricas (granitos de Gerês, Paufito e Illa). O granito de Gerês constitui a fácies mais externa e extensa, aflorando no seu interior o granito de Carris, Borrageiro e Tieiras (genericamente designado por granito de Carris). Os granitos de Calvos e de Covas ocupam uma posição excêntrica no extremo NE do maciço. Em território português, na área do PNPG, afloram apenas três das seis fácies: granito de Gerês, granito de Paufito e granito de Carris (passe com o rato sobre o mapa da direita).

Os contactos entre as diferentes fácies graníticas são predominantemente magmáticos. Na maior parte dos casos estes contactos são bruscos (exemplo, contacto entre o granito de Gerês e o granito de Carris observável sob a ponte da Ribeira do Penedo), embora ocorram também contactos graduais (exemplo, contacto entre o granito de Paufito e de Illa).

Veja a extensão do Maciço de Peneda-Gerês aflorante na área do PNPG,
passando o rato sobre a imagem

O tipo de contactos entre as várias fácies graníticas sugere que estas têm idades de instalação muito próximas. As determinações da idade radiométrica de algumas fácies graníticas que compõem o maciço, permitem concluir que os magmas graníticos se instalaram e cristalizaram há cerca de 290-296 Ma.
Estudos mineralógicos, químicos e isotópicos recentes revelam que o Maciço de Peneda-Gerês resultou da cristalização subcontemporânea de três magmas graníticos distintos. Estes magmas ter-se-ão originado por fusão parcial de materiais da crusta continental inferior e provável mistura destes magmas de origem crustal com magma derivado do manto.