INTEGRAÇÃO DO PROJECTO NAS ACTIVIDADES DA ESCOLA
Turmas: 9ºA, 9ºB e 9ºC - Formação Cívica, Ciências, Educação Moral e Religião Católica (2004/05)

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TURMAS: 9ºC
Planificação da Acção

Acção & Mudança

SEM TABUS: SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA

Médico: Olá a todos. Eu e a Srª enfermeira estámos aqui a vosso convite para respondermos a todas as perguntas que nos desejem fazer. Vamos começar por conversar em conjunto? Alguém se oferece para ir registando no quadro o que vamos dizendo? Obrigado.

Médico – Então vamos começar por registar o quadro todas as palavras que vocês associam à sexualidade. Quais são as primeiras palavras que se lembram? Escreve então no quadro o que os tópicos que os teus colegas estão a dizer:

Sexualidade:
- Métodos contraceptivos
- Doenças sexualmente transmissíveis
- Gravidez
- Fisiologia
- Anatomia
- Gravidez na adolescência

Médico – Muito bem. E quais são os métodos contraceptivos que conhecem? Os primeiros que lhes vêm à cabeça.

Enfermeira – Lembram-se de mais alguma coisa? Olhem, é assim, não tenham medo digam o que se lembrarem, porque, nós estamos aqui para aprender, eu estou aqui para aprender convosco e vocês connosco, portanto vamos falar abertamente, tirar dúvidas que é esse o interesse desta conversa, está bem? Porque eu não vos vou fazer nenhuma avaliação, nenhum teste, nós apenas queremos se realmente existe alguma dúvida, conseguir esclarecê-la, não é? A nossa intenção é que aprendam mais qualquer coisa. Não tenham medo, de certeza que não vão dizer asneiras, porque tudo é importante, está bem? Ora digam lá, ainda conhecem mais algum método contraceptivo?

Aluna – O DIU?

Enfermeira – O DIU tanto pode ser um método de barreira como não ser de barreira. Há vários tipos de DIU.

Médico – Depois vamos explicar como é que funciona o DIU.Sabem o que é o DIU?

Alunos – Dispositivo Intra-Uterino.

Médico – E como é que funciona esse dispositivo?

Aluna – Impede que o óvulo se pegue à parte lateral, à parede.

Médico – Dificulta realmente que o óvulo adira à parede do útero e comece a desenvolver-se para a criação de um novo ser, mas os DIU também actuam de forma hormonal.

Enfermeira – Alguns, não são todos, é por isso que eu deixei essa de lado quando escreveram no quadro. Há alguns DIUs que são constituídos de um material em que também há libertação hormonal, e, portanto, tanto podem ser considerados aqui, como métodos de barreira como aqui, como métodos hormonais. Depende se a sua constituição permite ou não a libertação de hormonas, está bem? Pronto, é só para vocês ficarem com esta ideia, mas são diferentes, são diferentes.

Médico – No entanto, reparem, mesmo o método barreira, o método barreira impede o contacto do espermatozóide com o óvulo, portanto, evita que haja a fecundação do óvulo. O DIU não evita que haja um contacto do espermatozóide com o óvulo, portanto como método barreira é um bocado....

Enfermeira – É um bocado duvidoso, percebem? Perceberam, a sério?

Aluno – Ainda faltam os espermicidasno quadro.


Médico – Sim, ainda faltam, ainda faltam, espermicidas, faltam as geleias, faltam imensas coisas, mas é assim, eu também não dei muita importância aos métodos que faltavam porque também alguns que ali estão, são, estão a cair em desuso por não se venderem e não serem eficazes, mas é sempre bom vocês saberem que existem, não é?

Enfermeira – O diafragma, sabem o que é? Já viram?

Alunos – Já.

Enfermeira – Viram em figura? Sabem como é que aquilo se adapta? Já viram a figura?

Alunos – Já.

Enfermeira – Então, não há dúvida como se coloca?

Alunos – Não.

Enfermeira – Quem é que põe o diafragma?

Aluno – São as mulheres.

Enfermeira – É o médico ou a mulher?

Aluna – Não, é a mulher.

Enfermeira – É a mulher. O diafragma, vocês estão a ver a figura, é esta coisinha aqui, não é? Como vocês podem ver na figura, é na parte interna do corpo da mulher que encaixa o diafragma. Ora bem, a mulher pode ser e deve ser ela a colocá-lo, o que é que vocês acham, acham que é uma tarefa fácil fazer isto?

Alunos – Não.

Enfermeira – Pois não, nem é fácil, nem é muito eficaz. Não é muito eficaz exactamente por não ser muito fácil colocar. Pode haver um erro e não ficar lá muito direitinho, não servir assim de tampinha, pode não colar ao útero e os espermatozóides conseguirem subir.

Médico – O diafragma é um dos métodos que para se obter segurança, normalmente, se utiliza juntamente com o um outro método. Qual é esse método?

Aluna – É os espermicidas.

Médico – Espermicidas, é uma das situações em que se está a utilizar os espermicidas.

Médico – E agora vamos falar no último que falta nestes métodos contraceptivos de barreira, é o preservativo. Vocês já conhecem?

Alunos – Sim, já.

Enfermeira – Já mexeram, já pegaram num?

Alunos – Não.

Enfermeira – Então escolhemos um. Há o preservativo masculino e o feminino. Então é assim, vamos começar pelo feminino. O preservativo feminino é colocado como vêem nesta figura e é colocado é assim. Agora vão ver o preservativo feminino ao vivo. Então o que é que vocês acham deste preservativo?

Aluno – É grande.

Enfermeira – É grande que chegue, é grande que chegue. Se vocês achavam que o diafragma era difícil de colocar, este preservativo quem é que o coloca?

Alunos – A mulher.

Enfermeira – É a mulher. Este preservativo é fácil de colocar?

Alunos – Não.

Enfermeira – Têm razão, não é fácil, isto é uma tarefa bem difícil, enquanto se coloca e não se coloca lá vai a vontade de se fazer alguma coisa.

Médico – Também acho que sim. Mas estava-se a falar disso e eu estava a pensar noutra coisa. Estava-me a lembrar de outra situação. Nas dificuldades de colocação. Essas dificuldades de colocação de alguma forma acabam por o tornar menos eficaz, especialmente na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. O preservativo feminino não prevenia as DSTs como era desejável, porque havia dificuldade em colocá-lo. Houve uma ou outra situação em que em diferentes pontos do país se tentou que as mulheres o usassem para prevenir DSTs. Em Portugal não se conseguiu, por isso nem existe à venda nas Farmácias.

Alunos – (o preservativo feminino vai passando de mão em mão).

Médico – Vamos lá ver uma coisa, não é preciso ter nojo de pegar no preservativo. Tu aí, parece que estás a pegar em quê, pá? Eu acho que em termos de sexualidade vocês vão-se dar bem, porque já vão ser capazes de pegar num preservativo.

Enfermeira – O preservativo está pegajoso, está ligeiramente pegajoso. Porqu é que o preservativo está pegajoso?

Alunos – Para facilitar.

Enfermeira – Exactamente, para facilitar a introdução do preservativo.

Médico – Em que situações é que pode ser importante usar este preservativo? Como método anti-conceptivo?

Aluna – E prevenção de doenças.

Médico – Sim senhor. Atendendo a que aparentemente é mais fácil utilizar o preservativo masculino, em que situações daríamos preferência ao preservativo feminino?

Alunos – (silêncio)

Médico – Não fazem ideia?

Alunos – Não.

Médico – Houve uma tentativa de conseguirmos que o preservativo feminino fosse amplamente utilizado por todas as senhoras que se dedicam à prostituição. Porquê? É uma das áreas, é uma das situações de maior risco de transmissão das doenças sexualmente transmissíveis e, muitas vezes, os jovens que recorrem dos serviços dessas senhoras recusam-se a usar preservativo, ou seja, acumulam diversas situações de risco. A única solução é serem elas a usar. Só que normalmente o preservativo feminino é extremamente difícil de colocar, extremamente difícil de colocar, ainda para mais, são caros!
A coisa não resultou, infelizmente continuamos a ter algumas dificuldades, mas o preservativo masculino é muito mais fácil de utilizar, ou acham que não é?

Alunos – É mais fácil.

Médico – Porque é que é mais fácil de utilizar? Estamos todos juntos a aprender, podes falar para a frente em vez de falares só para o colega do lado.

Aluno – É só pegar tirar e meter.

Médico – Depois quando é que voltas a tirar?

Aluno – Quando acabar, quando acabar o serviço.

Médico – Serviço, tu chamas às relações sexuais serviço? Então, vamos lá ver uma coisa, para ti uma relação sexual é um serviço. Ora bem, um serviço pressupõe que há alguém que presta e outro que recebe o serviço. Vamos utilizar uma linguagem mais de acordo com os nossos sentimentos ou esta coisa de sexualidade e relações sexuais não tem nada a ver com sentimentos?

Aluno – Tem.

Médico – Tem? Não sei, vocês também só falam de métodos contraceptivos, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez, fisiologia, anatomia e gravidez na adolescência. Eu não vejo qualquer referencia a sentimentos. Quando alguém vos fala em sexualidade passa-vos alguma coisa pela cabeça relacionada com os sentimentos? Não sei, vocês não referiram isso, ou é só "serviço"? Então, daqui a um bocadinho já lá vamos aos sentimentos. Dentro deste esquema vamos ter o "serviço". Agarra-se um preservativo, põe-se o preservativo e tira-se no fim do "serviço". Como é que se coloca o preservativo? Quem é que sabe colocar o preservativo?


Aluno – Ele sabe, ele sabe.

Médico – Eu vou colocar a pergunta de outra forma. Vocês estão a pensar na parte fraca da colocação do preservativo, quem é que já colocou o preservativo?

Alunos – Ninguém.

Médico – O que é que vos faltou? Oportunidade, foi mesmo oportunidade ou foi o preservativo para utilizar?

Aluno – Nenhuma.

Médico – Nem uma coisa, nem outra?

Aluno – Não.

Médico – Então, estás mesmo a tempo de aprender, porque se ainda não tiveste nenhuma oportunidade, ela vai aparecer a qualquer momento e tens que saber. Anda cá.

Aluno – Vou nada.

Médico –Senta-te aqui um bocadinho. A primeira coisa em relação à utilização do preservativo é a embalagem. Tem que haver alguns cuidados em relação à embalagem ou não?

Aluna – Tem.

Médico – Quais? Pode ser da loja dos trezentos?

Alunos – Não.

Médico – É para andar no bolso junto com as chaves?

Alunos – Não.

Médico – Porquê?

Alunos – Pode furar.

Médico – O que é que pode furar?

Alunos – O preservativo.

Médico – É preciso furar o preservativo? E se furar só a embalagem e sair aquela gordurinha que protege o preservativo e o preservativo ficar mais seco? Perde elasticidade, rompe mais facilmente durante a relação, acabou-se o efeito quer de uma protecção hipotética de gravidez, quer de protecção das tais doençasinhas chatas, das doenças sexualmente transmissíveis.

Médico – Então vamos lá abrir isso como deve ser?

Aluno – Eu não sei.

Médico – Onde é que o preservativo é colocado?

Aluno – Não sei.

Médico – Onde é que é colocado?

Aluna – No pénis.

Aluna – R, não faças cenas.

Médico – Então, estás a olhar para os outros, tu sabes e eles podem ajudar.

Aluno – Estou a dizer que eles estão a tirar fotografias.

Médico – Pousa a esferográfica (o professor dá ao aluno uma cenoura para colocar o preservativo).

Enfermeira – Calma, calma, não te rias.

Médico – Vais explicar-nos o que estás a fazer?

Médico – Ora vamos lá ver, ele está neste papel, mas vocês também estão todos a aprender, portanto, sempre que ele faça uma coisa, vocês deverão dizer: está certo ou está errado e faz-se assim.
Vamos todos ajudar, não é só ele que está à prova, vamos todos aprender. Então quais são os cuidados que se deve ter ao colocar um preservativo?
Vamos ver, já sabemos que não é de qualquer maneira. Tem que se ter alguns cuidados senão o método pode falhar. Se o preservativo não estiver bem colocado pode falhar. Então qual é a primeira coisa que tens que fazer?

Aluno – Isto escorrega.

Enfermeira – Porque é que isso escorrega? Porque isso tem vaselina.

Médico – Tem um líquido, uma gordura lubrificante. Qual é o primeiro cuidado a ter?

Aluno – Não sei.

Enfermeira – Não sabes e não tem problema. Estás aqui para aprender, vai pondo que eles vão-te ajudar. O que é que vocês têm a dizer?

Médico – Vamos lá reflectir, vocês têm vergonha, porque se não tivessem vergonha ao bocado não reagiam como reagiram aos risos. É normal isso acontecer, o importante é aprender. Vamos lá a saber: Qual é o primeiro cuidado a ter quando se trata de colocar o preservativo?

Alunos – Colocar devagar.

Médico – Colocar devagar porquê?

Alunos – Para não rasgar.

Aluno – Ele já fez uma coisa bem feita.

Enfermeira – Exactamente. Abriu a embalagem sem a rasgar com os dentes e tendo cuidado com as unhas para não estragar o preservativo.

Médico – E agora para fazer de conta que é o pénis onde podes colocar o preservativo?

Aluna – Na cenoura que tem na mão que tem uma forma parecida com um pénis erecto.

Médico – Ó, pega então aí no pénis erecto, vá lá. Agora aplica o preservativo.

Enfermeira – Agora aplica o preservativo, vá lá. Ele está a fazer direito, onde é que ele está a segurar o preservativo?

Alunos – Na ponta.

Enfermeira – Para quê?

Alunos – Para sair o ar todo.

Médico – Porque é que não deve estar lá o ar?

Aluno – Por causa da ejaculação.

Aluno – Está torto.

Enfermeira – Não faz mal, não faz mal, porque depois no pénis é mais fácil.

Médico – Deixa estar assim. Está bem colocado?

Aluno – Está.

Enfermeira – Sobra um bocado.

Médico – Muito bem. Depois as pessoas estão entretidas e a utilização do preservativo deu-lhes as garantias todas. No fim, para o preservativo continuar a dar as tais garantias, o que é que é preciso fazer?

Enfermeira – É preciso retirar também com alguns cuidados, não é? Porquê? Este reservatóriozinho está cheio, não está? O que é que tem?

Alunos – Espermatozóides.

Enfermeira – Tem esperma. Então ele vai ter que tirar o preservativo. Vais tentar tirar, ora bem, quando fores para tirar ele já não vai estar nesta posição (de pé), vai estar assim, não vai (deitado)?

Aluno – Eu é que sei!

Enfermeira – Mas vai, começa a perder a erecção. Ele vai ter que o tirar o preservativo com cuidado, de maneira a que não deixe escorrer para fora o esperma, é ou não é? Então vais tentar fazer isso.

Médico – Vocês estão a ver que o R está a ter algumas dificuldades, porque será?

Aluna – Não tem experiência.

Médico – Será só por isso? Quando o pénis deixa de estar em erecção a largura do pénis mantém-se?

Alunos – Não.

Médico – A cenoura mantém-se, a grande diferença é essa, a medida mantém-se a mesma. Numa situação normal é muito mais fácil tirar o preservativo. Não há necessidade de estar a fazer o que ele está a fazer, continua, continua com isso virado para baixo, pá, vá lá. Isso está cheio de quê?

Enfermeira – Esse está vazio, mas tu tens uma imaginação boa, não tens? Então está cheio de quê?

Aluno – Espermatozóides.

Médico – E agora o que é que fazes a isso?

Aluno – Deito ao lixo.

Médico – Antes de deitar ao lixo, o que é que fazes?

Alunos – Dá um nó.

Médico – Se dás um nó assim ficas com tudo na mão.


Enfermeira – Alguém quer fazer outra vez a mesma técnica, agora com os passo muito mais direitinhos? Olhem, eu digo-vos uma coisa, só fazendo é que a gente aprende, depois na altura sentem-se mais à vontade. Querem fazer? Eu sugiro que venha uma menina. Queres experimentar?
Olha, não tenhas problemas, o que estiver mal a gente ensina, não é? Estamos aqui para isso. Eu acho que ela se vai portar melhor do que os meninos, são mais envergonhados. Ora bem, cortou, muito bem, vocês estejam atentos e vão falando, não a brincar, mais sim a dizer o que está certo e o que está errado, OK, ora bem, o que é que ela está fazer?

Alunos – Está a colocar o preservativo na cenoura.

Enfermeira – Está correcto?

Alunos – Está.

Enfermeira – Está colocado. Agora vai fazer outra vez a retirada, muito bem, exactamente. Vais ter cuidado.

Enfermeira – A preocupação é ...

Enfermeira – Exactamente, evitar que o esperma entre em contacto com a vagina, dá-se um nó, muito bem, ficou ali metido o esperma e depois deita-se onde?

Alunos – No lixo.

Enfermeira – Ao lixo. Não na sanita, OK?

Enfermeira – Podes fazer uma massagem nas mãos, que isso hidrata-te a pele, isto não tem problema nenhum. Então, perceberam? E então, voltando ali ao quadro, é um método de barreira e, essencialmente, é um método muito eficaz na prevenção de quê?

Alunos – Das doenças sexualmente transmissíveis.

Enfermeira –Exactamente, muito bem.

Médico – Há vários métodos eficazes para a prevenção das DSTs?

Alunos – Não.

Médico – É verdade, este o único.

Enfermeira – É o único e tem duas funções muito importantes: a prevenção de DSTs e da gravidez.

Médico– Sendo assim tão eficaz, é difícil de utilizar?

Alunos – Não, não é difícil.

Enfermeira – Porque é que então, as pessoas não usam muito o preservativo, pelo menos, pela quantidade de SIDA em Portugal parece que não usam.

Aluno – Porque incomoda.

Enfermeira – Acham que as desvantagens acham que é essa, incomoda, é?

Aluna – É falta de à vontade para comprar.

Enfermeira – Para comprar?

Aluna – E também falta de informação.

Enfermeira – Os preservativos são fornecidos gratuitamente no Centro de Saúde.

Médico – Se vocês não estão à vontade para os comprar, se forem ao Centro de Saúde têm-nos gratuitamente.

Enfermeira – Exactamente, basta ir lá, dizer, explicar, ir ao módulo do médico de família ou então, existe também uma consulta que já é do vosso conhecimento, têm ali uns cartazes sobre o "Espaço Jovem no Centro de Saúde".
Nesse espaço também se fala destes temas. Tira-se dúvidas e também distribuimos preservativos para quem deles precisar. Portanto, isso de ir à farmácia ou de ser caro, isso já não é razão, está bem?
Acham que há mais inconvenientes? Quais são os inconvenientes? As pessoas acham, alguém disse isso, acham que o preservativo vai interferir na relação sexual? Vai tirar prazer? A quem, a ele ou a ela?

Aluno – A ele.

Enfermeira – Acham? Vocês ao pegarem no preservativo quase que vos caía das mãos, tão fininho... Acham que não dá prazer nenhum? Não acham que é muito pior eu não usar preservativo e pensar, "Ai meu Deus, e se o meu parceiro tem uma doença, e se eu ficar grávida, e se...", não é muito mais incomodativo? É que dizer que o preservativo tira o prazer e incomoda é mais uma ideia errada do que propriamente isso acontecer, isto não é tanto assim. Perceberam ou não? Muitos homens dizem isso, sem dúvida, vocês têm razão, eles dizem isso, mas isso não é correcto.

Enfermeira – Portanto, isto parece insignificante, mas é muito importante, porque, vocês sabem, que a Sida é uma das doenças fatais que é transmitida sexualmente. E só numa relação sexual nós podemos ser infectados e não há cura. Vocês sabem quais são os meios de transmissão da Sida? Quais são?

Alunos – O sangue, por via sexual e de mãe para filho.

Enfermeira – Pelo sangue, pode ser por vários meios, pode ser por seringas, por tatuagens, por laminas de barbeiro, nas pedicures, etc..
Por via sexual, que é da que estamos a falar.
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e mãe para filho, se uma mãe tiver Sida pode transmitir ao filho, em principio transmite, não é? Por isso é que nós estamos sempre a insistir no preservativo e pedimos para que vocês realmente o usem, porque isso só vai contribuir para a vossa felicidade, está bem?
Há alguma pergunta que queiram fazer? Não? Pronto é assim, tendo alguma dúvida vocês têm o Centro de Saúde aqui na Apúlia. Vocês podem lá ir falar com a enfermeira, com o vosso médico, pedir preservativos, dizer que querem iniciar a vossa vida sexual ou que querem continuar a vida sexual, não interessa, mas querem preservativos.
Os preservativos são fornecidos gratuitamente, assim como a pílula também. Se preferirem ir a um sitio longe daqui da vossa terra, longe entre aspas, vocês vão à tal consulta que eu falei ao bocadinho, é gratuito, é anónimo, é confidencial, vocês falam com alguém que em principio vocês não conhecem e eles não vos conhecem e expõem os vossos problemas. Podem ir lá sempre que quiserem, mas dentro do horário que lá tem. O horário é uma manhã e uma tarde. Vocês podem ir sem marcação, sem pagar nada, gratuitamente.
Se eu tomo a pílula escuso de usar o preservativo? O que é que vocês acham? Quem toma a pílula escusa de usar o preservativo?

Alunos – Não.

Enfermeira – Porquê?

Aluno – Não previne as doenças.

Enfermeira –Exactamente, eu estou a tomar a pílula estou a prevenir uma gravidez indesejada, mas eu não estou a prevenir uma doença sexualmente transmissível, portanto, o preservativo deve ser usado sempre. Vamos agora falar da pílula. Que tipo de método contraceptivo é a pílula?

Alunos – Hormonal.

Enfermeira –Há mais algum método hormonal?

Alunos – A injecção.

Enfermeira – Há mais algum? Digo-vos eu que há, o anel, vocês não ouviram falar pois não, e o implante. Então vamos falar de quê? Da pílula, primeiro. Existem imensas marcas de pílulas, eu trouxe-vos algumas só para vocês terem uma ideia, são todos métodos hormonais, não é, eles são diferentes?

Aluno – São.

Enfermeira – Algumas por exemplo, têm 21 comprimidos outras têm 28, este 28 o que é?

Alunos – É um ciclo de 28 dias.

Enfermeira – Quando é que começa o ciclo? O primeiro dia do ciclo quando é que começa? É no primeiro dia da menstruação, não é? E o último dia qual é? Quando é que termina o ciclo?

Aluno – Na próxima menstruação.

Enfermeira – Na próxima menstruação. São os tais 28 dias. Mas, muitas vezes, principalmente, quando não se toma a pílula os ciclos não são iguais, não são rigorosamente 28 dias, não é?
Há mulheres em que os ciclos são mais curtos e há mulheres que são mais longos e, às vezes, até varia de mês para mês. Geralmente tomando a pílula isso corrige um pouco, não é? Porque há um controlo hormonal.

Quando se começa a tomar o primeiro comprimido da caixa de pílulas? Em que dia do período?
Vocês já viram a embalagem, não já? Podes ir vendo e passando.


Médico – O que é que tens aí escrito?

Aluno – Segunda, Terça, Quarta, Quinta , Sexta, Sábado e Domingo.

Médico – Tens escrito os dias da semana junto a cada um dos comprimidos.

Médico – Qual é um dos motivos de falha da pílula?

Aluno – Esquecer-se de tomar.

Médico – Como é que tu sabes que te esqueceste de tomar?

Aluno – Finge, finge pá.

Médico – Não estejas a fingir, porque dentro de pouco tempo se calhar está a comercializar a pílula masculina.

Enfermeira – Ora bem, no primeiro dia da menstruação tomas o comprimido, imagina que a menstruação vem hoje, hoje que dia é da semana?

Alunos – Quinta –feira.

Enfermeira – Se vocês virem nas embalagens, quem tem a embalagem? Tem aí os dias da semana, não tem? Então, eu vou tomar o primeiro comprimido na Quinta- feira, está Bem? E vou continuar a tomar diariamente, à mesma hora, sempre sem interromper, até acabar a embalagem, está certo?
Acabando a embalagem eu vou ter uma nova menstruação, está certo? Vou ter a menstruação, faço aquela semana de intervalo e depois volto a tomar outra vez na próxima Quinta-feira, perceberam?
Por isso é que aí está bem especificado Quinta, os dias da semana, que é para eu saber comecei na Quinta eu vou sempre iniciar uma nova embalagem com a Quinta-feira, e se não coincidir com a Quinta-feira eu sei que houve um esquecimento, está bem?

E havendo um esquecimento o que é que pode acontecer?

Médico – Tomas a pílula ao pequeno almoço, esqueceste-te tomas à hora do almoço, o que é que pode acontecer? Há algum risco? Não há. É uma diferença de horas muito pequena, o grande problema coloca-se quando há um esquecimento que faz com que a toma de acordo com o comprimido daquele dia esteja atrasado mais de 12 horas, porque até aí não há problemas, o nível de hormonas no nosso organismo continua a fazer com que o risco de uma gravidez não ocorra, se a pessoa se esquecer mesmo, e só se lembra no dia a seguir, pega naquilo e é que se lembra que se esqueceu da pílula de ontem, o que é que faz? Usa outro método, porque a partir daí aquele não é seguro, e continua a tomar ou não continua a tomar aqueles comprimidinhos?

Aluna – Não.

Médico – Porquê?

Médico – Continua sim senhor, aqueles comprimidos funcionam de forma a fornecem hormonas que normalmente são produzidas pelo organismo feminino e são produzidas porque a partir do momento em que não existem determinadas hormonas na corrente sanguínea, é o organismo que produz essas hormonas. Se tu tomas a pílula, colocas o anel ou usas um implante fazes com que elas, de alguma forma, existam na corrente sanguínea através do que é ingerido ou pode ser neste caso através do implante que faz com que a hormona seja absorvida através da pele.

No caso do anel vaginal também é esse tipo de absorção.

Enfermeira – Há uma série de formas de fazer chegar à corrente sanguínea hormonas, hormonas essas que se existem, o nosso organismo não as vai produzir. Se houve esquecimento de tomar um comprimido, e não vamos tomar mais, vamos desregular todo o esquema e, de repente faltam hormonas. Neste caso, o nosso organismo vai começar novamente a produzir essas hormonas, vamos alterar todo esse esquema e no ciclo seguinte não há garantia que realmente a pílula vá ter o seu efeito anti-concepcional.

Portanto, se houve esquecimento de tomar a pílula nesse dia, usa-se outro método mas continua-se a tomar até ao fim da embalagem, Depois faz-se o esquema exactamente na mesma, está bem?

O que dissemos acontece nas embalagens de 21 dias. Nas embalagens de 28 dias, elas foram feitas exactamente porque as mulheres se esquecem um bocadinho.
Portanto é assim, nós tomamos as 21 pílulas seguidas nas embalagens, não sei se vocês repararam que só tem 21 comprimidos, e há outras que têm 28 comprimidos.

Porque é que estas embalagens têm 28 comprimeidos? Se vocês repararam que os últimos são diferentes?

Alunos – São.

Enfermeira – Os últimos comprimidos são placebos, não são propriamente hormonas, mas é simplesmente para a mulher saber que tem que tomar sempre, nunca interromper, nunca se esquecer, é mais fácil tomar todos os dias do que chegar ao fim de três semanas interromper e depois ao fim da menstruação, por exemplo, sempre na próxima Quinta-feira voltar a tomar, percebem, ou fiz um bocado de confusão?

Eu vou repetir.

Nas embalagens de 21 comprimidos vocês começam a tomar no primeiro dia da menstruação e tomam sempre até ao fim da embalagem.
Acaba a embalagem vem a menstruação e vocês ficam uma semana sem tomar nada.
Se da primeira vez que tinham começado a tomar a pílula o primeiro dia da menstruação foi a uma Quinta- feira e, por essa razão, tinham começado a tomar a pílula nesse dia, então todos os meses depois da semana de paragem para a menstruação começam a tomar outra embalagem na Quinta-feira, OK?

Nas embalagens de 28 comprimidos, começam a tomar a pílula no primeiro dia da menstruação e tomam sempre sem parar. Acaba uma embalagem compram outra, percebem? Porque já tem as 28 pílulas, embora esta última semana, não seja igual, estes comprimidos já não são iguais aos outros, mas é só para nós criarmos aquele hábito de fazer a toma da pilula diariamente, perceberam?
Fez-se estudos e as pessoas chegaram à conclusão que é mais fácil as embalagens de 28 dias para a pessoa não se esquecer, porque assim é sempre, sempre, sempre a tomar, está bem?


Médico – Mas para quem se esquece há outros métodos.

Enfermeira – Para quem se esquece há outras coisas? O quê por exemplo? O preservativo.

Médico – Além disso, para quem não gostar da pílula, para quem não optar pela pílula, precisamente por vocês se esquecerem, há outros métodos que podem utilizar.

Enfermeira – Ah, sim, claro nós estamos a falar nestes métodos para vocês fazerem a vossa escolha. Nem todos se tomam da mesma maneira. Não têm que ter os mesmos cuidados em todos e, depois, vocês têm que adaptar os métodos à vossa personalidade, à vossa maneira de ser e ao vosso organismo, OK?

Médico – Se calhar não é só à maneira de ser deles.

Enfermeira – E delas.

Médico – O explicar aos pais que se está grávida, ora bem, se isso é um problema, se calhar também é um problema explicar aos pais porque razão se tem uma embalagem por exemplo, de pílulas na carteira. Isso é difícil explicar aos pais. Nesse tipo de situações há outros métodos que podem ser utilizados, são métodos hormonais, que são seguros quanto a evitar uma gravidez. Quais são esses métodos?

Enfermeira – E por falar em métodos hormonais, e como a hora também está a avançar, vamos continuar e vou falar outro método hormonal, que é o anel vaginal.

Enfermeira – O anel é também um método hormonal, não é? Pelo menos dissemos isso e vocês acreditaram, porque ainda não o conhecem.
Eu vou mostrar como é que é o anel. Isto é um anel, é um anel mesmo, e o que é que o anel tem?

O anel tem um produto cá dentro que são as tais hormonas. É exactamente igual ao que tem aqui dentro da pílula. Na pílula toma-se e vai pelo aparelho digestivo, este não, este é a própria mulher que faz a introdução vaginal e fica lá dentro.

Não façam essa cara, porque vocês também usam o tampão e também não o sentem, pois não? quem usa tampão sente? Não. O tampão se estiver bem colocado não se sente, porque a vagina não é um buraco sem fundo, e por outro lado, é pouco sensível no seu interior, é pouco sensível, portanto a pessoa não vai sentir este anel à volta.

O anel vaginal é colocado e vai funcionar exactamente como a pílula, há portanto libertação hormonal, gradual, diariamente, está estudado para ser assim.

Durante as três semanas está colocado lá dentro, dentro da vagina, e está a fazer libertação hormonal. Ao fim das três semanas a própria mulher vai lá com o dedo e retira-o, OK?

Tem a menstruação durante uma semana mais ou menos, e ao fim, é exactamente a mesma sequência da toma da pílula, ao fim dessa semaninha pega noutro novo (o anterior já foi usado já não tem hormonas, já, já tem que se deitar fora).
Pega-se noutro faz-se o mesmo. Convém fazer assim, para ser mais fácil introduzir. Introduz-se, pode-se ter relações sexuais que não incomoda, não sai e não faz diferença nenhuma, nem faz impressão e é eficaz.

Além disso, se tivermos vómitos é mais eficaz do que a pílula, porque se nós tivermos vómitos com a pílula podemos vomitá-la, podemos, portanto, parte da pílula sai, pode não ter sido completamente digerida e, então, não dá o efeito que se pretendia, não é? Se tivermos uma diarreia isto também não tem problema nenhum, não tem a ver com o aparelho digestivo, portanto, está lá faz o efeito, portanto, este tem essas vantagens a única desvantagem é que não é comparticipado e é um bocadinho caro.

Aluno – Qual é o preço disso?

Enfermeira – Acho que é à volta de 2 contos ( 10 euros), mas tem que se comprar todos os meses e no fim tem que se deitar fora, OK?

Depois falando ainda em métodos hormonais temos o implante.
Vou ser mais rápida, porque vocês já estão cansados e depois mandam-me à fava.

Enfermeira – O implante, é a mesma coisa que ios dois anteriores, só que é apenas uma hormona. Portanto, é um filetezinho que é implantado nesta zona do braço, isto é o médico que faz.

A mulher que opta por este método vai ao médico. O médico faz um cortezinho do tipo de uma injecção e injecta para lá o filetezinho. Vocês podem ver aqui numa figurazinha. Isto parece que mete impressão mas é fácil. Eu acho que aqui tem uma figura que mostra mais ou menos que é colocado aqui no braço nesta zona.

Dura três anos. Durante três anos faz libertação hormonal, sem haver problemas nem se preocuparem e nem terem de tomar comprimidos, nem de colocar o anel vaginal. Portanto, está lá, está a libertar hormonas. É assim uma "coisinha" pequenina e ninguém nota que tem aquilo, é pequenino.

Médico – Depois de introduzido não dá dor, não se apercebe, nem incomoda para tomar banho.

Enfermeira – E é bom em termos de eficácia. Durante três anos está lá, só ao fim de três anos é que se tem de tirar e colocar outro é também de libertação hormonal, está? Mas isso é o médico que faz, a mulher escolhe o método e depois o médico é que faz essa aplicação.

Mais métodos, depois o que é que temos ali mais na mesa? Ora bem, já falamos dos métodos de barreira, já falamos dos hormonais, vamos aos métodos cirúrgicos. Quais são os métodos cirúrgicos que estão ali?

Alunos – Vasectomia e na laqueação das trompas.

Enfermeira – O que é uma e o que é outra? E alguma vez, têm conhecimento de ter surgido alguma gravidez numa mulher que tivesse feito a laqueação?

Alunos – Não.

Enfermeira – Já surgiu, é uma percentagem muito mínima mas pode acontecer, está bem? Não são métos para adolescentes.

Vamos então para outros métodos? São os métodos naturais. Quais são os métodos naturais que estão ali? São os que faltavam falar, não é?

O que é que vocês acham destes métodos naturais? Ainda há outros, há a abstinência, esse é o mais natural, é ou não é? Pois é, o que é que vocês acham destes métodos naturais?

É assim, eu não vou perder muito tempo a falar neles, porque são métodos muito falíveis.
São métodos que estão a cair muito em desuso, exactamente por falharem muito, não é?
E é preciso a pessoa conhecer muito bem o seu corpo para observar, por exemplo, um muco, ter à vontade em ver se está no período fértil, se não está no período fértil, se está na fase de ovulação, isto não é novo para vocês pois não?

Havendo dúvidas, alguma coisa que eu não fale vocês perguntam, OK? Portanto eu não ia perder muito tempo com isto, a não ser que vocês queiram fazer alguma pergunta, querem? Sobre os métodos naturais? Não querem. Na minha opiniãotambém não vale a pena falar mais deles.

Médico – Sabem perfeitamente como é que funciona o nosso corpo, homens e mulheres, sabem perfeitamente, como é que surge o ciclo menstrual, quais são as alterações que isso pode implicar, sabem isso tudo perfeitamente. Sabem para que é que servem os métodos naturais? Sabem para quê?

Os métodos naturais, permitem que as pessoas se os quiserem utilizar, pelo menos são obrigadas a conhecer melhor como no seu próprio corpo funciona. Depois tem outra particularidade, os métodos naturais por si só são pais de muitas crianças.

Convém não pensar nos métodos naturais propriamente como métodos anti-conceptivos, falham demasiadas vezes.
Em primeiro lugar baseiam-se muito na noção de que há alguma regularidade na forma como funciona o ciclo, os nossos ciclos hormonais e isso é um dos grandes erros.
Depois há outro problema, além da variabilidade do momento em que pode dar-se a ovulação, deixem-me fazer-vos uma pergunta, durante quanto tempo, a partir do momento em que o espermatozóide penetra no corpo, na vagina, pode sobreviver mantendo a sua capacidade reprodutiva?

Alunos – 72 horas.

Médico – 72 horas, quando a pessoa se está a basear em esquemas do género método das temperaturas, do calendário, tudo isto é extremamente falível.
Portanto, a utilidade de todos estes métodos naturais, para mim, é para as pessoas ao utilizarem-nos serem obrigadas, de alguma forma, a conhecer o seu próprio corpo e a saber como é que ele funciona. A eficácia deles não é nada aconselhável, nada, nada aconselhável, está bem?

Enfermeira – Ora bem, agora do que ainda não falamos e que vocês não referiram foi na pílula de emergência.

Aluna – É a pílula do dia seguinte, é quando a mulher desconfia que não tomou a pílula ou....

Aluno – No dia a seguir à relação sexual, pode haver uma eventual gravidez a mulher toma essa pílula.

Enfermeira – É isso? E é um método contraceptivo?

Aluna – Não.

Enfermeira – Não é um método contraceptivo, é uma pílula de emergência.
Ou seja, é quando existiu uma relação sexual não protegida e estamos com o problema "Estarei ou não estarei grávida? Eu não usei outro método, não usei pílula, não usei preservativo, não usei nada e posso estar no período de ovulação, como é que eu faço?".

Aí nós podemos recorrer a esta pílula de emergência. Mas esta pílula de emergência é uma dose hormonal grande que nós vamos ingerir, vamos introduzir cá para dentro e, por isso, vai fazer uma desorganização do organismo. Desta maneira, nós não devemos abusar dela.

Devemos fazer uma vez porque nos esquecemos, porque aconteceu, mas é uma vez na vida, não devemos realmente usar e abusar dela, porque a pílula de emergência não é método contraceptivo, só para vossa informação...

Médico – Só que também não é um método abortivo.

Enfermeira – Também não faz um aborto, exactamente.
A pílula de emergência vai impedir que haja ovulação.
Quando nós tomamos a pílula de emergência não sabemos realmente se houve a fecundação, muitas vezes não se sabe ao certo, nem se chega a saber. Ao tomar a pilula de emergência nós vamos fazer surgir logo uma menstruação que não vai haver hipótese de afixação do óvulo, não é? Estão a perceber?

Ora bem, há duas pílulas que se pode tomar nessa altura, são estas duas o Neomonovar e o Tetragynon.

Mas enquanto que nós a tomar a pílula normal tomamos um comprimidozinho, ao tomar a pílula normal como pílula de emergência e CUIDADO NEM TODAS SERVEM, serve por exemplo esta, a Neomonovar, em que temos que tomar 4 comprimidos de uma vez e só até 72 horas após a tal relação sexual e mais 3 comprimidos duma vez após 12horas da primeira toma. Meia hora antes de cada uma destas duas tomas deve-se tomar um comprimido para o enjôo (para prevenir eventuais vómitos).
Se passar das 72 horas já não há hipótese.
Se eu na manhã seguinte me lembrei "Meu Deus, não usei nada, isto não pode ser, não sei se vou ficar grávida, se não vou!".
Pode-se fazer logo então, a pílula de emergência.

Mas isto, continuo a dizer, é muito melhor pensar nas coisas antes do que depois arranjar problema, até porque nós podemos não ficar grávidas mas podemos ter contraído uma doença, e para aí não há remédio, OK?

Portanto, nessa altura, tomamos 4 comprimidos, dali a 12 horas tomamos outros 4, e podemos deitar esta embalagem fora, só usamos 8 comprimidos, mas podemos deitar fora, porque já não vai servir para mais nada, percebem?

Ou então, vamos à farmácia e compramos a pílula de emergência, o Tetragynon, que são dois comprimidos de cada vez em cada uma das tomas mas, a dosagem equivale aos tais 8, 8 comprimidos da pílula normal, perceberam? É assim, é uma emergência, não é para se abusar desta pílula de emergência, OK?

Médico – Há desregulações hormonais que chegam a durar meses, vómitos, dores de cabeça, uma série de sintomas secundários, não é agradável.

Enfermeira – Geralmente quando nos procuram, nós claro que fornecemos, tudo bem, é gratuito, mas falamos sempre nos efeitos secundários, nos vómitos que vão ter, mesmo distúrbios intestinais, porque realmente é isso que vai acontecer, é uma agressão que nós estamos a fazer a nós próprios, não é? Dúvidas em relação à pílula de emergência, não há?

Vocês já viram algum DIU?

Alunos – Não.

Enfermeira – Podem ver estes, podem passar, o DIU. Isto tudo é só para chegar ao sítio. O que fica lá dentro é este T. Como o nosso tempo se esgotou, há alguma pergunta que queiram fazer em relação aos métodos, ou outra coisa relacionada com isto?


Médico – Há no meio disto tudo uma coisa que é importantíssima: todos vocês têm que usar o preservativo. Este é o comportamento por excelência. Deixem-se de histórias em relação a todos os outros métodos, em toda e qualquer circunstância usem o preservativo. E vocês raparigas, por vezes, os vossos parceiros são um bocado inconscientes como alguns acabam de demonstrar e quase todos dizem "preservativo não, isso é uma chatice", se eles estão muito interessados em usar o preservativo eles acabam por usar mesmo o preservativo, vocês têm que se impôr para, está bem?

Aluna – Já tocou, temos que ir para as aulas, obrigada pela sessão. Podemos ir à mesa ver os métodos todos em conjunto?

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