Aproveitamento didáctico de aspectos geológicos e geomorfológicos no percurso pedestre “Junceda-Campo do Gerês” (Parque Nacional da Peneda-Gerês)
Um contributo para a Educação Ambiental

Tese de Mestrado em Ciências do Ambiente (especialização em Ensino) apresentada por Sandra Quintas em 2003

Resumo
O presente estudo pretende, por um lado, investigar quais as concepções, as convicções e as atitudes dos professores face às actividades práticas de campo (APC), à educação ambiental (EA), às áreas protegidas (APro) e aos percursos interpretativos (PI). Por outro lado, visa contribuir para a existência de uma interpretação geológica na preparação e realização de uma APC no percurso pedestre Junceda-Campo do Gerês, no Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), através do estudo dos seus principais aspectos geológicos e geomorfológicos e da produção de materiais de apoio na preparação e execução de APC no âmbito das Geociências, designadamente, um hiperdocumento e um caderno de campo geoambiental.

Assim, a investigação desenvolveu-se em  oito fases.

Os resultados obtidos permitem afirmar que os professores valorizam bastante as actividades APC e consideram-nas importantes para a promoção de EA. Contudo, esta consciência não se reflecte no número de APC que praticam. Quase metade dos professores respondentes está satisfeita com o número de APC que pratica. As práticas dos professores são especialmente influenciadas por factores externos ao próprio professor. Os professores licenciados em Geologia têm menor necessidade do que os professores com outras qualificações académicas em propostas de mais APC, no domínio da Geologia, por parte dos programas dos ensinos básico. Os professores com um tempo de serviço entre “5 a 10 anos” são os que concordam mais com a adequação dos conteúdos programáticos de Geologia para a promoção das APC. Os professores com uma idade superior a 50 anos concordam mais do que os professores com outros escalões etários que os ambientes naturais são mais adequados que os ambientes urbanos para realizar actividades de campo e promover a EA. É ainda de salientar que a maioria dos professores planifica e implementa um tipo de APC que não está de acordo com as perspectivas actuais de educação em Geociências.

Os resultados obtidos da validação do percurso e do caderno de actividades geoambiental permitiram concluir que são exequíveis.

 Em nossa opinião, os materiais construídos (caderno de actividades e hiperdocumento) permitem, não só, diminuir, consideravelmente, as dificuldades intrínsecas dos professores na planificação e execução de APC preconizadas nos actuais programas do ensino básico e secundário, mas também, incentivar os alunos, no sentido da tomada de uma atitude activa, de interacção constante com meio natural, de forma a que haja construção e adquirição de novos conhecimentos e atitudes. E ainda, auxiliar a divulgação da Grande Rota (PNPG) como  local de interesse geológico.

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