Sedimentologia e Estratigrafia dos depósitos quaternários do rio Minho.
Trabalho de síntese apresentado por Diamantino Insua Pereira em 1990 no âmbito das PAPCC, 132 p.
Resumo
Caracterização dos depósitos de terraço do rio Minho e dos depósitos plio-quaternários subjacentes; estudo da fracção grosseira, caracterização da fracção pesada, exoscopia e mineralogia das argilas. Critérios sedimentológicos para a definição da estratigrafia dos depósitos.
Os dados sedimentológicos definem 3 unidades maiores:
- Unidade inferior constituída essencialmente por materiais finos, essencialmente caulínicos, com silimanite, turmalina e zircão na fracção pesada e grãos de quartzo fortemente atacados por efeito de dissolução; são depósitos provenientes da meteorização de vertentes próximas da bacia e ocorrem de forma descontínua sobre um substrato alterado; com origem provável no Pliocénico.
- A unidade média é constituída por depósitos conglomeráticos, nos quais se intercalam leitos de sedimentos mais finos; são depósitos gibsíticos, com andalusite, turmalina e zircão predominantes na fracção pesada. Depósitos quaternários formados em pelo menos 4 fases de elevada dinâmica fluvial; existiram condições propícias a uma forte meteorização antes da 1ª e 2ª fases, observando-se posteriormente condições menos favoráveis à alteração; este aspecto é traduzido principalmente pelo estado de alteração dos feldspatos e dos seixos e pela exoscopia dos grãos de quartzo.
- A unidade superior é constituída por sedimentos essencialmente limosos, com zircão, turmalina e rútilo na fracção pesada, ilite predominante na fracção argilosa e grãos de quartzo com abundância de efeitos de dissolução e precipitação na sua superfície; provável "formação areno-pelítica" do Wurm final, formada durante fase fria.