INTEGRAÇÃO DO PROJECTO NAS ACTIVIDADES DA ESCOLA
Turma: EFGI e MNOR - Educação Moral e Religião Católica, Inglês e Núcleo de Alunos (2004/05)
ACÇÃO E MUDANÇA
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Acção

CONVITE

Biblioteca Manuel Monteiro - VIII Jornadas da ESAS
CONVITE
CONVERSAS DE FIM DE TARDE:
CONTRACEPTIVOS E FALSOS MITOS
SESSÃO DE ESCLARECIMENTO PRÁTICA Orientação: Enfermeira Eliana Dias, IPJ
ORGANIZAÇÃO:
Turmas EFGI do 12º ano
13 de Abril de 2005 - Quarta -feira- 16.45h
Esc. Sec. Alberto Sampaio - Biblioteca

ACÇÃO EM FLASH

INTRODUÇÃO

Olá a todos
Quando marcámos a data para esta acção não sabíamos que os alunos iriam estar em greve nacional. A nossa escola fez greve e não houve aulas. Só viemos à escola para fazer esta acção de Educação Sexual. Tinhamos convidado a outra turma, a MNOR do 12º ano, e contámos com a presença de alguns dos seus elementos. Obrigada por terem estado presentes.
Vamos contar como decorreu a acção, com pequenos flashes sobre o que achamos mais interessante. Iremos respeitar a ordem com que os assuntos foram tratados.



1. O que é para nós a sexualidade na adolescência?
2. Como funciona a pílula?
3. Quais são os outros métodos contraceptivos hormonais?
4. Nunca vimos um preservativo feminino. Como funciona?
5. Quais são os outros métodos de barreira?
6.Em Portugal há homens a fazerem vasecotomia ou quando é necessário fazem as mulheres a laqueação das trompas?
7.Quais são os métodos mais recomendados para a nossa idade?
8.Como são as consultas de planeamento familiar?
8. Quais foram as situações que mais a marcaram como enfermeira do Instituto Português da Juventude?
9. Obrigada pela colaboração.


1º Assunto: SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA



1. O que é para nós a sexualidade na adolescência?

Perguntou-nos a enfermeira Liliana. Fomos dando várias respostas:
  • É a forma como vivemos pelo facto de termos nascido como homens ou como mulheres e pela maneira como fomos educados por termos nascido de um determinado sexo.
  • A sexualidade manifesta-se na nossa forma de vestir, de conversar ou na maneira como estamos uns com os outros.
  • Quando estamos a conversar com os nosso amigos ou quando saímos juntos, também estámos a mostrar a nossa sexualidade.
  • Alguns de nós falam com os pais sobre a sexualidade, mas achamos que a maior parte não fala. Não falar sobre sexualidade també é uma forma de mostrar como a vivemos.
  • Namorar, ter relações sexuais, casar ou ter filhos faz parte da nossa sexualidade.
  • Usar preservativo para nos protegermos de doenças de transmissão sexual ou tomar a pílula para não engravidar, faz parte da responsabilidade de quem começa a ter relações sexuais.

Então, "É uma energia que nos motiva para encontrar o amor, contacto, ternura e intimidade: ela integra-se no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados, é ser-se sensual e ao mesmo tempo ser-se sexual". Isto é que é a sexualidade... Não é aquilo que o namorado(a) quer. É aquilo que eu quero. Mão é ter relações sexuais porque ele(a) quer, porque tenho medo de o perder.... Essas não são razões para ter relações sexuais. Integrada numa relação afectiva, a sexualidade pode ser vivida de uma forma responsável, partilhada, em igualdade, cimentando uma relação estável, podendo ou não conduzir à constituição de uma família e ao nascimento de filhos. (Enfermeira Eliana)


2º Assunto: QUAIS SÃO OS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS



A enfermeira Eliana projectou uma imagem e perguntou: "Quais são os métodos contraceptivos que conhecem?"

Dissemos alguns e ela dividiu-os em:
  • Métodos hormonais orais: como a pílula, a minipílula e a pílula do dia seguinte (que não deve ser entendida como um método contraceptivo, no fim falaremos dela);
  • Métodos hormonais como o injectável e o implante.

  • Métodos de barreira: como o preservativo masculino e feminino (que não se usa em Portugal) e o diafragma.

  • Métodos naturais: como a abstinência periódica e o coito interrompido.

  • Esterilização: vasecotomia e laqueação das trompas.

Vamos falar mais da pílula.(Enfermeira Eliana)


3º Assunto: MÉTODOS DE BARREIRA - PRESERVATIVO FEMININO



Este é o preservativo feminino, disse a enfermeira Eliana passando-o para as mãos dos alunos. "Aqui em Portugal não se usa. Eu trago comigo um para vocês verem, por curiosidade." A maior parte de nós estava a olhar para ele com um ar surpreendido!

"É um método de barreira como o preservativo masculino que pode proteger das doenças de transmissão sexual. Tem um anel flexível da extremidade fechada e um anel ligeiramente maior na extremidade aberta. É introduzido dentro da vagina da mulher e o anel na extremidade fechada mantém o preservativo na posição correcta dentro da vagina. O anel da extremidade aberta fica fora da vagina.", completou a enfermeira Eliana.


4º Assunto: MÉTODOS DE BARREIRA - PRESERVATIVO MASCULINO



Sabem como se usa o preservativo masculino?" Sim!", disse eu.

Queres mostrar aos teus colegas?

Gargalhada geral..."Vai lá, vai lá", dizem todos. "Se quizeres nós saímos e voltamos a entrar quando estiver colocado", diz uma colega nossa.

  • Abri a embalagem com cuidado, tirei o preservativo e apertei o reservatório. A enfermeira Eliana chamou a atenção para o reservatório:"Estão todos a ver o reservatório? Tem que se tira todo o ar do reservatório, tal como ele fez, porque é para lá que vai o esperma". Depois, deu-me uma esferográfica para eu colocar o preservativo.
  • Comecei a explicar: ao colocar o preservativo no início do acto sexual, com o pénis em erecção, aperta-se o reservatório e coloca-se o preservativo sobre a glande do pénis (coloquei o preservativo na esferográfica), depois segura-se o preservativo pela ponta e faz-se isto (empurrei o anel do preservativo desenrolando-o e cobrindo toda a esferográfica (pénis)). E já está. Desenrola-se até ao fundo do pénis.
  • Continuei: Depois, retira-se o preservativo logo após a ejaculação, dá-se um nó na extremidade e deita-se fora.

A enfermeira Eliana continuou: "Todos perceberam? Há algumas coisas muito importantes que ainda quero dizer. O preservativo só se utiliza uma única vez (gargalhada geral); é muito importante confirmar o estado de conservação da embalagem; o certificado de qualidade; o prazo de validade; e conservar a embalagem dos preservativos em lugares frescos e afastados do sol directo. Não se deve andar com os preservativos no bolso, porque a temperatura aumenta e o latex começa a ficar deteriorado, além disso, também se corre o risco que se rasgue. Também tem que se ter cuidado onde se deixa. É um acto de civismo. Deve enrolar-se num papel e depois colocar-se num caixote do lixo, na casa de banho, por exemplo."

Porque é que se usa o preservativo?
Pergunta a Enfermeira Eliana. Os nossos colegas respondem: "Para não engravidar a namorada; para prevenir a Sida e o herpes genital...".

A Enfermeira Eliana continua: Há imensas infecções. Lembram-se do polémica do "sexo oral" em Inglaterra? Nós temos imensas bactérias na nossa boca que não são prejudiciais, mas quando são transmitidas para os órgãos genitais levanta problemas gravíssimos, como é o caso do estreptococos. O estreptococos pode provocar infecções gravíssimas na vagina e no pénis. Assim, no sexo oral o homem deve usar o preservativo e a mulher, como não tem preservativo, nós estamos a aconselhar o uso de película aderente." Os nossos colegas ficaram com uma cara de completa admiração! A enfermeira continuou: "É a pilícula aderente da cozinha. Isto parece ridículo, mas são questões práticas com que vocês se vão ver confrontados no dia-a-dia e que é preciso saber resolvê-los. Muitas vezes perguntam-nos "Eu namoro hà 3 ou 4 anos e tenho um relacionamento estável há muito tempo, porque é que vou usar o preservativo?". Não estou a pôr em causa uma traição, mas, por exemplo, numa hepatite B, o primeiro pode não a apanhar por transmissão sexual e transmiti-la ao outro nas relações sexuais. Vocês são muito jovens e, por isso, ainda é mais importante tomarem precauções.

E se acharem que podem ter uma DST ou até estarem infectados pelo VIH?
Devem procurar ajuda médica.
Os testes de despiste do VIH podem ser feitos nos Centros de Aconselhamento e Detecção Precoce do VIH (CADs), de forma anónima, confidencial e gratuita.
Em BRAGA O ENDEREÇO É:
Largo das Carvalheiras
(onde se fazem as micros, por tráz do Braga Shoping, perto da Faculdade de Filosofia)
Telefone: 253 273 371
Horário: 2ª, 4ª e 6ª das 9h30 às 12h30

Ninguém lhes vai perguntar porque decidiram fazer o teste. É completamente anónimo e gratuíto.

E se quisermos saber se temos outra DST, sem ser a SIDA?
Pergunta um colega.
A enfermeira Eliana continua: Se decidirem começar a ter uma vida sexualmente activa, devem fazer uma consulta de planeamento familiar onde os aconselham a fazer análises. Vocês podem, por exemplo, ter uma hepatite B e ela não estar diagnosticada. Existe uma forma de evitar que a companheira apanhe. É ela ser vacinada. Verifiquem nos vossos Boletins de Vacina, falem com os vossos pais e é importante que sejam vacinados.



5º Assunto: MÉTODOS HORMONAIS

5.1. Métodos hormonais: O ANEL VAGINAL



O ANEL VAGINAL também passou de mão em mão.
A enfermeira Elina explicou: "O anel vaginal é flexível e deve ser colocado na vagina uma vez em cada mês, no 5º dia da menstruação, permanecendo nesta posição durante três semanas. Para o retirar basta inserir o dedo na vagina e puxar o anel.
Deverá ser feita uma pausa de 7 dias e o NOVO anel deve ser utilizado por mais 21 dias
A libertação das hormonas é desencadeada pela temperatura corporal.

5.2. Métodos hormonais: O SELO CONTRACEPTIVO



Como é que se coloca o selo?
Pergunta uma das nossas colegas.
A Enfermeira Eliana mostra um, antes de o passar para as nossas mãos, e explica: Ele fica completamente transparente e cola bem . Retira-se esta película e cola-se (coloca um nas costas da sua mão) no braço, nas costas, no abdómen ou nádega. Pode-se tomar banho e tudo que ele não sai, mas deve-se ir vigiando se está bem colado.Cola-se um selo cada semana, durante três semanas seguidas. Na quarta semana, semana de paragem ocoore a menstruação. É mais prático do que a toma diária, mas exige alguma vigilância em termos de adesividade e da substituição semanal.
O mecanismo de acção é o mesmo que o da pilula combinada.
"Na Educação Física nas escolas as meninas expõem-se fisicamente, por isso o selo é mais visível. Toda a gente fica a saber que usam um método contraceptivo. Se calhar para elas é mais complicado.", diz a professora.
"Onde se compram os selos?" Pergunta um colega nosso. "Na farmácia", reponde a enfermeira Eliana. "É com receita médica?". "Sim", responde novamente a enfermeira.


5.3. Métodos hormonais: O IMPLANTE

Como funciona o implante?

Pergunta a nossa professora.
A Enfermeira Eliana não trouxe nenhum, mas descreve como se coloca e como funciona: O implante só tem progestagénio que é liberado lentamente das cápsulas."Quanto tempo dura?", pergunta uma colega. Tem uma duração de 5 anos, desde a sua inserção. É colocado por um médico, no tecido sucutâneo, com uma seringa já preparada para o efeito. Temos alguns casos de rejeição e se a pessoa pratica muito exercício físico não é aconselhado, porque aumenta a absorção. Usou-se muito quando apareceu, mas agora usa-se menos.

5.4. Métodos hormonais orais: a PÍLULA



A enfermeira Eliana passa para as nossas mãos vários tipos de pílula. "É impotante que os dois sexos compreendam bem como ela funciona. Não é só da responsabilidade da rapariga.", recomeda. "É importante, antes de iniciarem a vossa vida sexual, fazerem uma consulta de planeamenteo familiar. Se quizerem podem ir ao IPJ, mas se têm à vontade com o vosso médico de família é a ele que devem recorrer. Convém ir o casal. Mesmo que ainda não estejam a pensar nisso, se calhar é bom irem a uma consulta para estarem preparados para quando isso acontecer. Não é depois de acontecer que vamos a essa consulta.", continua a recomendar.

Existem pílulas de 21 e de 28 comprimidos. Qual é a diferença?

Pelas expressões das nossas caras, nenhum de nós parecia saber.

A enfermeira continua: Nas pílulas de 21 dias começa-se a tomar, pela primeira vez, no primeiro dia da menstruação, tomam-se seguidinhas e depois faz-se 7 dias de pausa. É nessa semana que vem a menstruação.

Imaginem que começaram a tomar a pílula numa segunda-feira. Tomam os 21 comprimidos e a última pílula vai ser tomada num domingo. Fazem 7 dias de pausa e na segunda feira da semana seguinte começam novamente outra embalagem de pílulas. Vão começar sempre a tomar a pílula no dia da semana em que a tomaram pela primeira vez. "E se se começar a tomar a uma quarta?", pergunta um colega. "É porque o primeiro dia da menstruação quando começou a tomar foi uma quarta, por isso vai começar a tomar as novas embalagens de pílula todas as quartas." acrescenta a enfermeira. Foi gargalhada geral da turma. "E se na segunda feira em que devia começar a tomar a pílula ainda se tiver menstruação?", pergunta a professora. "Começa-se a tomar na mesma. Essa é uma dúvida que muitos jovens têm."Completa a enfermeira.

A menstruação geralmente vem 2 a 3 dias depois de deixar de tomar a pílula, mas pode acontecer so aparecer quase no fim dos 7 dias. Inicia-se na mesma a pílula.


Durante os 7 dias sem tomar a pílula estamos na mesma protegidas?

Pergunta uma colega. " Estão. estão na mesma protegidas. Mas há alguns cuidados que devem ter ao tomar a pílula: tomar sempre à mesma hora, nunca a esquecer e não a tomar à hora da refeição, porque a pílula é absorvida e metabolizada no fígado."

E se nos esquecermos de tomar uma pílula?

Pergunta outra colega. " Se o esquecimento não ultrapassou as 12 horas, agem assim: Imaginem que costumam tomar a pílula às dez horas da noite (é importante tomarem à noite por causa das dores de cabeça e de ficarem enjoadas), e só se lembraram que não a tomaram quando acordaram às oito da manhã. Tomam logo a pílula em falta e nesse dia ás 10 da noita tomam normalmente a pílula desse dia. Estão protegidos. Continuem a tomar a caixa até ao fim. NÃO SE ESQUEÇAM: SE NÃO ULTRAPASSOU AS 12 HORAS. Se ultrapassou as 12 horas, toma na mesma a pílula, mesmo que tenha que tomar as duas ao mesmo tempo, MAS NÃO ESTÃO PROTEGIDOS. TÊM QUE USAR O PRESERVATIVO DURANTE 15 DIAS. "

Outras situações pontuais. O que fazer?

Continua a enfermeira Eliana. " Em caso de vómitos e diarreia nas 4 horas após a toma da pílula, ela pode não ser absorvida, portanto é importante usar o preservativo nos 15 dias a seguir. Se estiverem a fazer alguns tipos de medicação devem dizer ao médico que estão a tomar a pílula. Os antibióticos e os anti-epilécticos interferem com o efeito da pílula. Devem falar sempre com a enfermeiro ou o médico quando estão a tomar a pílula, por exemplo, o Brufen quando é tomado 15 dias seguidos pode interferir com a eficácia da pílula. PARA OS HOMENS ISTO TAMBÉM É IMPORTANTE PARA DEPOIS NÃO DIZEREM: NÃO TE LEMBRASTE DE A TOMAR? A CULPA É TUA.", termina a enfermeira Eliana".

Em que situações é que não se pode tomar a pílula?

Pergunta a enfermeira Eliana e explica logo de seguida: Quando se fuma, quando há tromboses, hipertensão grave, doença de fígado, diabetes grave, alguns cancros e durante a gravidez.

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