1. Prioridades temáticas e planificação do projecto e do processo de avaliação
2007/08
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Projecto de Educação Sexual pelos Pares com Líderes Mediadores "Projecto de Intervenção na Comunidade Jovens Saudáveis em Acção"
Como começou o projecto? | Planificação global da formação | Poblema a ajudar a resolver | Consequências do Problema | Causas do Problema | Planificação do Projecto | Avaliação do projecto |

1. Como começou o projecto?

Na primeira sessão de educação sexual fizemos um jogo de apresentação. Com esse jogo conseguiu-se quebrar um clima inicial de ansiedade e nervosismo e criar um novo ambiente de empatia entre os intervenientes, porque começámos a sentir que queríamos trabalhar todos com a intenção de nos esclarecermos a nós próprios e aos nossos colegas sobre a melhor forma de viver a nossa sexualidade.
Nós ouvimos atentamente a descrição do projecto (ver abaixo), dos seus objectivos e do que se espera de nós no papel de "mediadores" de educação sexual na escola. Nós achámos, e a as senhoras enfermeiras também, que a ideia foi bem aceite e sentimo-nos entusiasmados com a ideia de termos um papel diferente, com responsabilidades acrescidas face aos restantes alunos da comunidade escolar. Estamos, por isso, confiantes do sucesso deste projecto.


Em seguida as senhoras enfermeiras pediram-nos para seleccionar um nome para identificar o grupo de alunos que estavam a fazer esta formação com o Centro de Saúde e elaborar um pequeno texto para o caracterizar. O grupo do 11º ano reagiu, inicialmente, com algumas reticências, devido aos desfasamentos de horários entre os vários elementos e tentamos várias hipóteses de encontro. A opção mais viável que surgiu foi a de comunicação via internet, com a qual todo o grupo concordou. Ficou também combinado que pensariamos, até à próxima sessão, sobre a localização da caixa de dúvidas a colocar na escola, com acesso fácil para todos os alunos. Foi apresentado o fórum aos alunos e as suas vantagens, despertando entusiasmo por parte do grupo.

De seguida, por sugestão das senhoras enfermeiras, consideramos importante contextualizar o início das actividades com a discussão dos conceitos de adolescência e de sexualidade (ver investigação). Como consideramos que era importante essa discussão ser alargada a todos os nossos colegas, decidimos agir e abrir o fórum a todos os alunos da nossa escola (ver visões) para podermos partilhar as nossa opiniões (ver acções).

Na 2ª sessão foi escolhido o nome do grupo para que nos identificassemos perante a restante comunidade escolar. No 11º ano o nome escolhido foi "Gurus da Sexualidade" e no 8º ano "Mini-Sexólogos" (ver acções).

Depois,
fizemos uma actividade para continuar a debater o que é a sexualidade. Desta vez a preocupação foi investigarmos qual era o comportamento sexual das pessoas ao longo do tempo.

As senhoras enfermeiras sugeriram que estudássemos o comportamento sexual na sociedade portuguesa através de filmes (ver investigação). Depois de todos termos ficado a saber de que é que estávamos a falar quando falávamos de sexualidade, ficou combinado escolhermos os problemas que queríamos ajudar a resolver e decidirmos qual era o primeiro problema que queríamos tratar. Decidimos planear problema por problema. Também decidimos começar a fazer a avaliação do projecto através de diários, para contarmos o que se passou nas sessões, o que aprendemos, como nos sentimos durante as actividades e o que gostaríamos de mudar para o futuro.

Em seguida descrevemos o que achamos mais importante no plano de trabalho para esta formação, apresentado pelas senhoras enfermeiras, porque concordámos com ele e achámos que nos vai ser útil para fazermos tudo o que vamos combinar na próxima sessão.


PLANIFICAÇÃO GLOBAL DO PROJECTO

PROJECTO DE EDUCAÇÃO SEXUAL PELOS PARES COM LÍDERES MEDIADORES
"PROJECTO DE INTERVENÇÃO NA COMUNIDADE JOVENS SAUDÁVEIS EM ACÇÃO

 1. ENQUADRAMENTO

De acordo com Vilaça (2006) em Portugal, os autores do Relatório Preliminar do Grupo de Trabalho de Educação Sexual definem a educação sexual como um processo para se obter informação e se formarem atitudes e crenças acerca da sexualidade e do comportamento sexual. Este processo tem como objectivo fundamental o desenvolvimento de competências nos jovens que lhes permitam fazer escolhas informadas nos comportamentos que decidem ter na área da sexualidade e se sintam informados e seguros nas suas opções. Neste sentido, a educação sexual para os jovens deve ter como objectivos:

  • Conseguir uma melhoria dos seus relacionamentos afectivo-sexuais, ao mesmo tempo que pretende reduzir as possíveis consequências negativas dos comportamentos sexuais, tais como a gravidez não planeada e as infecções sexualmente transmissíveis;
  • Dotar os mais novos da capacidade de protecção face a todas as formas de abuso e exploração sexual; e
  • Contribuir para a tomada de decisões na área da sexualidade durante toda a vida (Vilaça, 2006:5-6).

Cada tema e problema têm como suporte um conjunto de actividades que deverão ser seleccionadas, pelos jovens, em cada fase da metodologia S - IVAM de Bjarne Bruun Jensen (Selecção do problema - Investigação, Visão, Acção e Mudança), proposta na Tese de Doutoramento da Doutora Maria Teresa Machado Vilaça (Anexo 10), intitulada Acção e competência de acção em educação sexual: uma investigação com professores e alunos do 3º ciclo do ensino básico e do ensino secundário (Vilaça, 2006).

Numa primeira fase do trabalho, serão agrupados, no máximo, 20 alunos do 8º ano de escolaridade do ensino básico, e 20 alunos do 11º ano de escolaridade, a frequentar escolas de Barcelos. Estes grupos serão constituídos por alunos voluntários, em igual número de rapazes e raparigas, para fazerem formação, tornando-se “mediadores” entre os colegas da mesma idade e os profissionais de saúde do Centro de Saúde.

O trabalho de mediação implica, nesta fase, o encaminhamento de colegas para atendimento profissional, quer seja pessoalmente, por telefone ou através de um fórum na Internet (www.dct.uminho.pt/jsea). Numa fase posterior, os mediadores dominarão conhecimentos para responder a questões básicas no âmbito da sexualidade.

 2. REFERÊNCIAL ÉTICO DO PROJECTO

1 - É tarefa do Centro de Saúde responder às necessidades que, explícita ou implicitamente, a população nos manifesta, procurando dar resposta através de intervenções pertinentes e atempadas, numa perspectiva de prestação de cuidados de saúde primários (antecipatórios).

2 - É responsabilidade do Centro de Saúde envolver a escola (os alunos, os professores e os pais) e a Câmara Municipal na construção e implementação de um projecto de educação sexual a nível da comunidade.


3 - O Centro de Saúde tem obrigação de oferecer um conhecimento aprofundado aos jovens e à comunidade mais geral sobre saúde sexual.

4 - É dever do Centro de Saúde envolver activamente os alunos num processo de divulgação do apoio que o Centro de Saúde pode prestar à saúde sexual e reprodutiva dos jovens.

 3. OBJECTIVOS DO PROJECTO

 

  • Promover a reflexão sobre a metodologia de educação de pares.
  • Promover nos jovens uma construção de conhecimento coerente orientada para a acção, sobre o/s conteúdo/s ou problema/s que inicialmente seleccionarem.
  • Facilitar o desenvolvimento de visões nas várias dimensões contidas num conceito de saúde sexual amplo e positivo, construído pelos jovens.
  • Orientar o conhecimento para a planificação e desenvolvimento da acção.
  • Promover a participação genuína dos estudantes na selecção dos problemas de saúde sexual e reprodutiva, nas suas visões sobre eles e nas tomadas de decisão envolvidas no processo de acção.
  • Detectar situações problemáticas de ajustamento dos jovens à saúde sexual e reprodutiva.

 4. ACTIVIDADES

  • Estabelecimento de parceria entre o Centro de Saúde de Barcelos/ Barcelinhos, a Câmara Municipal de Barcelos e as Escolas E.B. 2/3 e Secundária de Barcelos.
  • Reuniões com alunos/as mediadores que frequentam os 8º e 11º anos de escolaridade das escolas E.B. 2/3 e Secundárias de Barcelos.
  • Resposta a dúvidas/ problemas, colocados pelos alunos pessoalmente, através de contacto telefónico ou através da Internet (Fórum), encaminhados pelos mediadores.
  • Comunicação livre nas II Jornadas de Educação para a Saúde de Barcelos.
  • Mesa Redonda com alunos e especialistas convidados.

 5. ESTRATÉGIAS

  • Reunião das responsáveis pelo projecto com a Chefia do Centro de Saúde.
  • Reuniões periódicas com a Doutora Teresa Vilaça (Universidade do Minho).
  • Convite de participação e esclarecimento (carta) entregue directamente nos Conselhos Executivos das escolas.
  • Actividades formativas desenvolvidas no Centro de Saúde.
  • Visitas às escolas envolvidas.
  • Apoio pessoal, telefónico ou online dirigido aos alunos/as das escolas envolvidas, no âmbito da educação para a saúde sexual e reprodutiva.
  • Resposta às dúvidas recolhidas pelos mediadores.
  • Preparação de uma comunicação livre a apresentar por porta-voz do grupo de mediadores nas Jornadas de Educação para a Saúde do Concelho de Barcelos.
  • Organização, pelos alunos, de Mesa Redonda sobre Educação para a Saúde Sexual e Reprodutiva.

 6. INTERVENIENTES NO PROJECTO

  • Centro de Saúde de Barcelos/ Barcelinhos.
  • Doutora Teresa Vilaça (Universidade do Minho – Departamento de Metodologias da Educação).
  • Câmara Municipal de Barcelos – Gabinete da Juventude.
  • Conselhos Executivos das Escolas E.B 2/3 e Secundária de Barcelos (Centro).
  • Directores/as de Turma dos 8º e 11º anos de escolaridade das mesmas escolas.
  • Alunos/as do 8º e 11º anos de escolaridade.
  • Especialistas convidados.

 7. CALENDARIZAÇÃO

 

Tardes (90 minutos para cada grupo) nos seguintes dias previstos:

  • 16 de Janeiro 2008
  • 30 de Janeiro 2008
  • 13 de Fevereiro 2008
  • 27 de Fevereiro 2008
  • 12 de Março 2008
  • 9 de Abril 2008
  • 23 de Abril 2008
  • 7 de Maio 2008
  • 21 de Maio 2008
  • Jornadas de Educação para a Saúde de Barcelos
  • Mesa Redonda (semana de 26 a 30 de Maio 2008).

 8. RECURSOS HUMANOS, MATERIAIS E FINANCEIROS

  • Duas enfermeiras com disponibilidade de uma tarde por semana, em média, para preparação das reuniões, atendimento aos alunos, resposta às questões levantadas, visitas às escolas e reuniões com a Doutora Teresa Vilaça.
  • Sala de Reuniões do Centro de Saúde para as tardes que constam na calendarização.
  • Computador com ligação à Internet.
  • Projector multimédia.
  • Impressão ou fotocópias das fichas de trabalho.
  • Viatura do serviço.

 9. AVALIAÇÃO

  • A combinar com os participantes.