LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

A cidade de Braga está situada a 6 km da margem esquerda da confluência dos rios Homem e Cávado, a 185 m de altitude, no sopé ocidental da serra da Falperra, onde acabam os contrafortes dos grandes sistemas montanhosos que envolvem num arco apenas aberto para Oeste e onde começam os grandes vales agricolamente férteis. Fica situada no norte de Portugal na região do Minho.


Cidade, sede de concelho (pop.: 150 130 habitantes) e capital de distrito (população: 780 551 hab.) de Portugal Continental. Dista 53 km do Porto e 374 km de Lisboa. Cidade muito antiga, de grande interesse turístico, é uma das mais progressivas do norte do País, apresentando um crescimento notável, marcado pela expansão do tecido urbano que vai progressivamente absorvendo algumas áreas mais rurais.

Superfície (km2): 184,0 - População ( habitantes): 150 13


EVOLUÇÃO DO NOME E HISTÓRIA

O primeiro nome de Braga foi Bracara. Os Romanos chamaram-lhe Bracara Augusta, depois de a conquistarem aos Celtas, cerca de 250 anos a. C., tendo-a mantido em seu poder durante mais de seis séculos. Em 216 passou a capital da província romana de Galécia, e foi depois capital do reino suevo, nos séculos V-VI.

Fundada pelos Celtas no séc. III a. C., Braga tornou- se a Bracara Augusta do império Romano.

Os marcos miliários, as “viae romanae”, as termas, os edifícios habitacionais, entre outros vestígios, são o testemunho dessa época em que era um importante centro de comércio e comunicações.
Os suevos, fizeram da cidade capital do seu reino, convertendo-se então ao cristianismo (ano 448). Com o apostolado de S. Martinho de Dume opera-se a catolização definitiva do reino (ano 550). No período do domínio visigótico Braga readquire importância, sendo digna de menção a actuação de S. Frutuoso, “verdadeiro semeador de mosteiros”.
Da época da reconquista data a constituição do senhorio eclesiástico de Braga, autêntica jurisdição feudal dos arcebispos, consagrada em carta de couto de 1112. O percurso no sentido da formação do reino de Portugal encontrar-se-á claramente associado à pretensão da primazia religiosa desta cidade.
No decurso da Idade Média a cidade desenvolver-se-á como grande centro de fé e de religião. As inúmeras igrejas, seminários e as festas da Semana Santa garantem-lhe hoje o epíteto de “Roma do Ocidente”.
Lendas, tradições, literatura, poesia, história, filosofia, pintura, artesanato, folclore, danças e cantares, formam um riquíssimo património histórico – cultural, uma espécie de livro por cujas páginas desfila Pedro Hispano, D. Diogo de Sousa, André Soares, Camilo Castelo Branco, Francisco Sanches, Alberto Sampaio, Maria da Fonte e muitos outros.



MONUMENTOS

Sé Catedral


Entre os muitos monumentos da cidade destaca-se a Sé, de três naves, que é um dos maiores templos portugueses. Nela jazem o conde D. Henrique e a rainha D. Teresa, sua esposa, sob cujas ordens terminaram as obras de reedificação da catedral. A capela-mor, obra do arcebispo D. Diogo de Sousa, foi feita pelos biscainhos, muitos dos quais se radicaram na cidade, dando origem à Rua dos Biscainhos, ainda hoje existente. Na Sé jaz também o infante D. Afonso, filho primogénito de D. João I, em magnífico túmulo de bronze.


Igreja do Pópulo


Edifício erigido por iniciativa do arcebispo D. Frei Agostinho de Jesus e Castro, a partir de 1596, com o intuito de lhe servir de última morada. O convento anexo e demais dependências implantaram-se em redor da igreja. No século XVIII, a sua fachada encontrava-se em adiantada fase de ruína, pelo que foi desmontada e reedificada. Este novo projecto enquadrava-se nos cânones da arquitectura neoclássica, embora ainda patenteasse alguns ressaibos do Barroco triunfante nortenho, ficando a dever-se a sua planta ao labor de Carlos Amarante.


Santuário do Bom Jesus do Monte



Numa íngreme elevação sobranceira à cidade de Braga situa-se o Santuário Bom Jesus do Monte. Passando por sucessivas remodelações e alterações, assistiu em 1723 a um renovação profunda do seu espaço arquitectónico, por iniciativa do arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles. Estando em ruína a igreja barroca setecentista, o novo templo, de feição neoclássica, arrancou em 1784 e foi concluído em 1811, criação do genial arquitecto bracarense Carlos Amarante. O Santuário do Bom Jesus do Monte é uma obra de arte sagrada marcadamente simbólica, inserida numa natureza humanizada e ordenada pela palavra de Deus, vivificada nas alegóricas imagens da hagiografia católica e na racionalidade do seu duplo espaço arquitectónico - simbiose equilibrada entre o barroco triunfante e a moderna linguagem da arte neoclássica.


Santuário de Nossa Senhora do Sameiro


O santuário de Nossa Senhora do Sameiro, sumptuoso monumento à Virgem, foi construído por iniciativa do Padre Martinho Pereira da Silva, tendo a primeira pedra sido lançada em 14 de Junho de 1863 e o templo inaugurado em 29 de Agosto de 1880. A imagem de Nossa Senhora é obra de Emídio Carlos Amatucci.


Biblioteca Pública de Braga (Paço dos Arcebispos)


A Biblioteca Pública de Braga é um notável edifício que ocupa o primitivo Paço dos Arcebispos. Nela se conservam mais de 250 mil volumes espalhados pelos diversos salões e sala de leitura, constituindo um notável conjunto bibliográfico a nível nacional.
Para além da Biblioteca, o edifício acolhe o Arquivo Distrital de Braga e o Museu Arqueológico D. Diogo de Sousa - que ocupa o piso inferior da ala oriental e é notável, sobretudo, pelo espólio de peças romanas, mas também por várias outras de culturas pré-histórica e medievais.




Museu dos Biscainhos (Braga)


Erguida no primeiro quartel do século XVI, esta casa senhorial bracarense viria a conhecer profundas remodelações que alteraram decisivamente o seu aspecto quinhentista. Destacam-se as intervenções do século XVIII, que transformaram o edifício num modelo ímpar do Barroco nortenho. Adquirido pelo Estado no século XX, o palácio foi transformado em museu, procurando o seu percurso museológico recriar o ambiente de certa nobreza rural minhota do século XVIII, adensado pelo decorativismo que se encontra em cada recanto da casa e dos seus magníficos jardins.

Outros edifícios de interesse

Palácio do Raio| Fonte do Pelicano| Fonte do Ídolo



LENDAS E TRADIÇÕES / CURIOSIDADES

O feriado municipal da sede de distrito é a 24 de Junho.
No mês de Abril têm lugar, no concelho de Braga, as Festas da Semana Santa. Enfeita-se a cidade, montam-se altares de rua e organizam-se procissões. Braga é conhecida como a "cidade dos arcebispos", estando normalmente associada a uma atmosfera de grande religiosidade, reforçada pela existência de inúmeros locais de culto e pela realização de peregrinações ao Santuário do Sameiro. Destaque ainda para a procissão do Corpo de Deus e para o arraial de S. João em que pessoas enchem completamente a Avenida da Liberdade e o parque da ponte.

O artesanato assume um papel de relevo na tradição do distrito e também na sua economia. Imitam-se peças antigas em ferro forjado, latoaria, cerâmica, olaria (com destaque para a produção do concelho de Barcelos) e cantaria. Fazem-se trabalhos de cestaria em vime, sacos em palha, artigos de madeira e arame, jugos, alfaias agrícolas, crocas, tanoaria, fabrico de crivos, peneiras, queijeiras, tamancaria, mobiliário, filigranas e peças de ourivesaria, violas e outros instrumentos musicais, "velas de promessa" e de decoração (cujo expoente máximo é a "vela de Braga"), rendas e bordados, tecelagem em linho (lenços dos namorados), carpetes e sacas de pão bordadas, mantas regionais, mantas de burel, redes de pesca, chapelaria, louça pintada à mão, talha, arranjos com flores secas, bonecas com trajes regionais e pirotecnia.
A indústria de paramentaria e os trabalhos de arte sacra constituem importantes produções artesanais do concelho de Braga.

BILBLIOGRAFIA
DICIOPÉDIA 2002, O PODER DO CONHECIMENTO, Porto Editora Multimédia.
ESCOLA SECUNDÁRIA DE ALBERTO SAMPAIO, Projecto Educativo da escola, 2003 – 2006.
AAVV, Guia Turístico de Portugal de A a Z, Círculo de Leitores
CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA, Braga, Evolução da estrutura urbana, 1982.
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