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Possíveis Ideias-Chave que Surgiram

Na dimensão biológica
A nossa aparência física (5), o crescimento e desenvolvimento (10), o controlo da fertilidade (11), o despertar sexual e a resposta sexual (13) e a reprodução (24);

Na dimensão psicológica
As atitudes que aprendemos com os outros (6), os comportamentos aprendidos (7), as emoções (14), a experiência de vida (16), a nossa expressividade (17), as nossas motivações (20), o auto-conceito (23);

Na dimensão cultural
A informação e o entretenimento dos média (1), a lei (2), a publicidade (3), os amigos (4), o casamento (8), as casas de culto (9), a escola (15), a família (18), o namoro (21), o que pensam e fazem os nossos vizinhos (26) e os nossos costumes ou hábitos (27);

Na dimensão ética
A religião (12), os nossos ideais (19), as nossas opiniões morais e acções (22) e os nossos valores (25).

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As dimensões da sexualidade humana são pelo menos quatro: a biológica, a psicológica, a cultural e a ética.

A dimensão biológica relacionada com a sexualidade é parte do funcionamento natural dos seres humanos e controla o nosso desenvolvimento sexual, desde a concepção até ao nascimento, e a nossa capacidade para nos reproduzirmos depois da puberdade. Também afecta o nosso desejo e a resposta sexual e, indirectamente, a nossa satisfação sexual. A excitação sexual, independentemente da sua fonte produz acontecimentos biológicos específicos: o acelerar do coração, a vasocongestão e a lubrificação dos órgãos sexuais e uma sensação de calor e formigueiro que se espalha por todo o corpo.

A dimensão psicológica inclui as emoções, os pensamentos e a personalidade. Do nascimento para a frente recebemos sinais de todos os que nos rodeiam dizendo-nos como pensar ou agir. O que os pais, professores e amigos nos dizem e mostram sobre o significado e objectivos da sexualidade condicionam muito as nossas atitudes sexuais iniciais, que muitas vezes se mantêm até à idade adulta. Aprendemos como é que as pessoas do nosso sexo se “deverão” comportar, que algumas palavras são “erradas” ou “sujas”, que certas partes do nosso corpo não se podem tocar ou mencionar (pelo menos em certas circunstâncias) e que deveremos esconder os nossos sentimentos, se pensarmos que são inaceitáveis para os outros.

A dimensão cultural é a soma das dimensões culturais históricas e contemporâneas que afectam os nossos pensamentos e acções. A nossa sexualidade também é social ao ser regulada através de leis (por exemplo, proibição dos adultos terem relações sexuais com menores), tabus (por exemplo, incesto), e pressões da família e dos grupo de pares que procuram persuadir-nos a seguir determinados modelos de comportamento sexual (por exemplo, usar preservativo). As normas da sociedade inculcam em cada um de nós as maneiras culturalmente definidas segundo as quais nós pensamos, “por norma”, como homens ou como mulheres e os papéis da nossa sexualidade que “por norma” somos levados a desempenhar. As influências históricas tornam-se evidentes quando se considera o papel do homem e da mulher ou quando se consideram alguns costumes ou hábitos. As mudanças nas atitudes e comportamentos ocorrem durante longos períodos de tempo. As pessoas não mudam subitamente, a cultura influencia-as, mas também é influenciada por elas.
As formas socialmente aceites do comportamento sexual variam nas diferentes culturas, mostrando que a maior parte dos nossos comportamentos e atitudes sexuais são aprendidos e não inatos. Mesmo a ideia do que é sexualmente estimulante varia muito.
No Havai, os seios nus não são sexualmente estimulantes, mas noutras sociedades, como na sociedade Mangaia, na Polinésia, a actividade sexual é altamente valorizada e considerada muito natural. O prazer sexual e a actividade sexual são as maiores preocupações. As crianças ouvem contos populares que contêm descrições detalhadas de actos sexuais e da anatomia sexual e vêem danças rituais provocatórias. Durante a puberdade, ambos os sexos recebem uma instrução sexual detalhada e activa, incluindo técnicas sexuais. Os homens jovens aumentam o prestigio social por causa da sua habilidade em agradarem sexualmente as suas parceiras. É encorajado uma alta quantidade de actividade sexual antes e durante o casamento (Marshall, 1971 referido por Greenberg, Bruess, Mullen, 1993). Um forte contraste encontra-se na ilha Irlandesa Inis Beag onde se desencoraja o direito à expressão sexual desde a infância. As mães evitam alimentar com a mama e mesmo os pais não mostram muito afecto, particularmente físico, aos seus filhos. A nudez é obscena, o processo de eliminação é “sujo”, o banho tem que ser absolutamente privado, a actividade sexual pré- marital é pecado e a masturbação é desaprovada (Greenberg, Bruess, Mullen, 1993).
O Cristianismo condicionou durante quase dois mil anos o comportamento sexual na cultura Ocidental. O ponto de vista dominante da Igreja Cristã era viver a sexualidade fundamentalmente com fins reprodutivos. No século XIX, as concepções médicas substituíram parcialmente as concepções religiosas, mas muitos dos primeiros artigos médicos eram coincidentes com os da Igreja, por exemplo, a masturbação causava cegueira, loucura ou problemas cardíacos e o sexo oral causava cancro. Na época Vitoriana considerava-se que as mulheres só aceitavam por dever ter relações sexuais com o marido e, em simultâneo, muitos homens casados “respeitáveis” recorriam a prostitutas ou mantinham amantes. Este padrão duplo para o comportamento sexual do homem e da mulher mantém-se de uma forma atenuada até à actualidade.
Nos anos 60, vários factores influenciaram o início de uma revolução sexual: a disponibilidade de pílulas para o controlo da natalidade, os movimentos de protesto entre os adolescentes e os jovens adultos, a re- emergência do feminismo e uma grande abertura em relação ao sexo. A pílula tornou as relações sexuais pré-maritais relativamente seguras em relação à gravidez não desejada e permitiu pensar no sexo como uma forma de comunicação intima e/ou de obtenção de prazer. Além disso, mesmo dentro do casamento, deu um sentido de liberdade às mulheres por poderem separar a reprodução das relações sexuais, contribuindo para a mudança do seu comportamento sexual e encarando-o como um facto natural da vida. O movimento de protesto dos jovens que começou com a luta pelos direitos civis e aumentou com a guerra do Vietname, levou-os a mudar a sua maneira de vestir, a usar cabelos compridos, a ouvir outro tipo de música, a usar drogas, a tornarem-se sexualmente livres e a imporem o slogan “Make love, not war”. A guerra contribuiu para a incerteza da sobrevivência e a filosofia começou a ser “Viver o dia de hoje”. Um grande segmento da população olhou para esta mudança com alarme e preocupação. Apesar disso, a sexualidade tornou-se mais falada, mostrada e estudada. Alfred C. Kinsey e seus colaboradores (1894- 1956), um Zoólogo da Universidade de Indiana, tinham investigado a natureza da sexualidade humana realizando entrevistas. Na década 60, William H. Masters e Virgínia E. Johnson, um médico e uma cientista comportamental da Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis, observaram e registaram os detalhes físicos da estimulação sexual humana e descreveram a “resposta sexual humana”. A investigação em sexologia continua até aos dias de hoje, nomeadamente, com o objectivo de resolver disfunções sexuais.

Finalmente, a dimensão ética envolve questões sobre a maneira como nos tratamos a nós próprios e às outras pessoas: “Deverei ou não participar em certos comportamentos sexuais?”Como decidimos sobre estas questões e em último lugar como decidimos sobre o que está certo ou errado, mostra profundamente a nossa sexualidade, se a abordagem para decidir é religiosa, humanista ou pragmática. (Greenberg, Bruess, Mullen, 1993). Os problemas éticos do novo milénio incluem: a protecção das minorias sexuais, os casamentos homossexuais, a separação da fertilidade do sexo, a coabitação não marital, a alteração da dicotomia masculino/ feminino – géneros múltiplos, a reprodução intencional baseada no desejo – progenituras do mesmo sexo, mudança do casamento e das relações – o par mantém-se, mas com opções diversas, a moralidade sexual deixa de ser baseada nos genitais, avanço das terapêuticas médicas e cirúrgicas, a sexualidade dos idosos e dos incapacitados e o cybersexo (adaptado de Eli Coleman, 1998 por Nunes, 2003).

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