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Possíveis Ideias-Chave que Surgiram no Diálogo (1): Exemplos do dia-a-dia da sexualidade
As respostas poderão ter sido do tipo: dançar, seduzir, ter relações sexuais, acariciar, beijar, dar abraços, dar apertos de mão, conversar, etc..

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Adaptado de Lópes, Fuertes (1999). Para Comprender La Sexualidad. Navarra: Editorial Verbo Divino

A Sexualidade infantil (antes da puberdade)
— Durante a infância a atracção por outras pessoas é muito mais uma atracção afectiva que sexual. São os estímulos tácteis sobre o próprio corpo que têm maior poder para evocar respostas fisiológicas sexuais. As crianças, especialmente as mais pequenas não atribuem um significado sexual a muitas destas sensações.
— Nas crianças é muito mais difícil do que nos adultos distinguir entre desejos e sentimentos especificamente sexuais e desejos e sentimentos afectivos (por exemplo a criança deseja ser abraçada e beijada).
— As actividades sexuais das crianças podem basear-se em motivações muito diferentes dos adultos. Na maior parte dos casos o que as crianças pretendem é imitar os adultos e explorar o seu próprio corpo ou o dos outros. Assim se explica a maior parte dos jogos sexuais infantis e muitas condutas de auto- estimulação.
— As crianças também podem procurar explicitamente o prazer sexual, como acontece quando se masturbam, provocando respostas fisiológicas e psicológicas claramente sexuais (vasocongestão dos genitais, mudanças no ritmo cardíaco e respiratório, concentração nas sensações com perda de interesse pelo ambiente, movimentos pélvicos rítmicos, etc.).

A Sexualidade dos adolescentes (depois da puberdade)
O novo corpo sexuado e a imagem corporal: o amadurecimento sexual, isto é, o amadurecimento do sistema reprodutor e o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, levam a uma mudança brusca na configuração do corpo. A imagem corporal, isto é, a representação mental que temos do nosso corpo, unida às atitudes e sentimentos que este desperta nos outros, evolui ao longo da vida do indivíduo, fundamentalmente em função das experiências sensoriais e das relações do corpo com o meio externo e as pessoas que o rodeiam. O adolescente, que por si só, já pode viver com uma certa dose de ansiedade e inclusive com sentimentos de vergonha sobre as mudanças que estão a aparecer no seu corpo, vê-se confrontado com a existência de determinados estereótipos de beleza e destrezas corporais e geralmente sente-se em franca desvantagem. Dentro do grupo de iguais sofre fortes pressões a respeito da maneira como se adapta às normas idealizadas e, se não se adapta, pode ver-se facilmente afastado ou tratado de forma diferente. Acomodar-se aos estereótipos existentes relaciona-se positivamente com a maior popularidade, maior segurança em si mesmo, autoconfiança, maior implicação em relações heterossexuais, maior equilíbrio pessoal, etc..
O adolescente também tem que assumir o novo corpo funcional: a primeira menstruação nas raparigas é interpretada e assimilada de formas muito diferentes. Algumas orgulham-se reforçando os seus sentimentos de ser mulher, de ter chegado à maturidade sexual. Outras, vivem-na como uma carga que terão que suportar para toda a vida.
— A resposta fisiológica face à excitação sexual torna-se mais evidente, generalizada e é mais frequente. A rapariga adolescente sem saber em que ocasiões e o motivo, pode sentir a vagina humedecer-se e os peitos enrijecerem fazendo-se notar por baixo da roupa. Esta sensação de prazer pode ser vivida acompanhada com um sentimento de culpa ou vergonha ou pode haver a aceitação e a procura activa destas sensações.
O rapaz adolescente desde o momento em que as erecções nocturnas e “sonhos húmidos” começam a ser mais frequentes podem ter uma problemática semelhante, embora as expectativas sociais sejam muito mais claras e seja mais fácil assumir essas mudanças como um sinal de virilidade.
Orientação do desejo sexual: a orientação sexual refere-se ao tipo de objectos pelos quais os sujeitos se sentem atraídos sexualmente e, portanto, face aos quais orientarão e dirigirão o seu desejo sexual. Deste modo, pode-se considerar as seguintes formas de orientação sexual: sentir-se atraídos sexualmente por pessoas do sexo oposto (heterossexuais); por pessoas do mesmo sexo (homossexuais); por pessoas do mesmo sexo e do sexo oposto (bissexuais); não sentir desejo sexual (assexuais); e sentir-se atraídos sexualmente por objectos não humanos, animais, pessoas menores ou pessoas que não o consentem (parafílicas).
Condutas sexuais na adolescência: Por um lado, o adolescente vê-se exposto a uma grande estimulação sexual continua (revistas, cinema, TV…), por outro lado, não se permite que o adolescente aceda a determinados tipos de relações sexuais. Deste modo, ficam poucas alternativas ao adolescente: lutar contra os seus desejos sexuais ou satisfazê-los de qualquer modo, sejam quais forem as condições, que geralmente não são adequadas. O grau de permissividade é cada vez maior, por isso, face à falta de uma resposta social autêntica a adolescência está-se a converter num grupo de alto risco a nível sexual: aumento do número de gravidez não desejada; aumento no número de abortos e ; aumento no nº de DSTs. Para além da proibição ou da maior flexibilidade, temos que ter em atenção as necessidades dos adolescentes e a realidade em que se encontra: a nível sexual o desejo aumenta em grande medida e o acesso às relações sexuais no par ocorre cada vez em idades mais jovens.
Atitudes e comportamentos sexuais dos adolescentes: A masturbação, quer dizer, a obtenção de prazer através de carícias ou fricção do genitais ou outras partes do próprio corpo, é uma forma de actividade sexual que se dá durante toda a vida. Segundo López e Fuertes (1999) as crianças desde muito pequenas sentem prazer em acariciar e explorar algumas partes do corpo, mas isto vai ser muito mais frequente na adolescência, porque é uma das formas mais directas e acessíveis de satisfazer o desejo sexual. No adolescente a masturbação é diferente da que ocorre na criança, pois, agora a masturbação pode ir acompanhada de fantasias sexuais que fazem geralmente referencia a um objecto ou pessoa externa, de maneira que num certo sentido podemos afirmar que adquire um certo carácter relacional. A masturbação durante a adolescência não tem só a função de satisfazer o desejo ou aliviar a tensão sexual, mas também ajuda a conhecer o próprio corpo, permite satisfazer determinadas necessidades na fantasia, favorece a auto-estima e a sensação do valor próprio e, inclusive, em algumas ocasiões serve para superar outro tipo de tensões, ansiedades, etc. As atitudes a respeito da masturbação têm sido cada vez mais permissivas e liberais. Os rapazes aparecem como mais permissivos e liberais, provavelmente devido a factores do tipo sócio-cultural: a sociedade é mais permissiva com os rapazes. A taxa de masturbação tem-se mantido para os homens e aumentado sensivelmente para as mulheres.
Na perspectiva destes investigadores, a idade da primeira masturbação, tanto para rapazes como para raparigas parece ser cada vez mais precoce.Os adolescentes cada vez parecem mais permissivos, sobretudo as raparigas quando as condutas têm lugar num contexto relacional de afecto e amor. Parece que não existe uma relação directa entre a aprovação de determinadas condutas e a realização das mesmas: a maior parte dos rapazes e raparigas entre os 15 e 19 anos aprovam as carícias genitais mas só aproximadamente metade tiveram esse tipo de experiência. Algo semelhante acontece com o resto das condutas heterossexuais (sexo oral, coito, etc.). Os adolescentes praticam uma maior variedade de condutas heterossexuais em idades cada vez mais jovens e os rapazes têm experiências sexuais mais novos que as raparigas. As raparigas dão mais importância que os rapazes à mediação afectiva ou sentimental nas relações sexuais (só teriam relações sexuais se estivessem apaixonadas pelo seu companheiro).Os contactos homossexuais são mais frequentes antes dos 15 anos e têm maior incidência nos rapazes que nas raparigas. Os rapazes aceitam melhor a ho entre raparigas que entre rapazes enquanto as raparigas aceitam de igual modo. O facto de ter algum contacto ho na adolescência não significa necessariamente que a orientação do desjo seja e vá ser ho. Vários factores favorecem estes contactos sem a orientação ho: falta de possibilidade de ter condutas he, medo de relacionar-se com pessoas do outro sexo, curiosidade por conhecer o corpo do outro, etc..

Sexualidade na vida adulta
As pessoas seguem caminhos muito diferentes dependendo do estado civil, da profissão, tipo de vida, ideias e crenças, etc.. Por isso, os adultos diferenciam-se muito mais na sua sexualidade do que as crianças e adolescentes. Algumas investigações em amostras de estudantes universitários (López, Fuertes, 1999) entre os 18-25 anos mostram que os jovens adultos defendem: a legitimidade das relações sexuais sem fins de procriação e mesmo sem estar casados; concedem pouco ou nenhum valor à virgindade; aceitam o divórcio; defendem fortemente a contracepção e o aborto. As mulheres são mais conservadoras, embora a distancia entre os sexos tenda a diminuir progressivamente. Para elas, na maior parte dos casos, a actividade sexual só tem sentido se está unida aos afectos, enquanto muitos homens valorizam a actividade sexual em si mesma. A masturbação é uma conduta muito frequente. A frequência das relações é maior, mas aumenta o número de pessoas que nunca tiveram relações coitas.

Possíveis Ideias-Chave que Surgiram no Diálogo (2): De que forma somos sexuais ao nascer

As respostas poderão ter sido do tipo: temos órgãos sexuais, procuramos chamar a atenção da mãe ou de quem cuida de nós, reagimos aos cuidados e ao carinho, etc..

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Adaptado de Lópes, Fuertes (1999). Para Comprender La Sexualidad. Navarra: Editorial Verbo Divino

A sexualidade até aos 2 anos

— Do ponto de vista fisiológico, os tecidos do pénis e clitóris estão suficientemente formados e inervados por fibras nervosas para que desde o primeiro ano de vida sejam possíveis as erecções espontâneas e as erecções como resposta à estimulação táctil.
— A mucosa da boca, como mostra a sucção táctil, e toda a pele são sensíveis ao contacto suave e quente. As crianças durante os primeiros meses de vida têm capacidade de sentir prazer em contacto com a pele (capacidade fisiológica e psicológica).
— Uma criança recém-nascida está muito indefesa e necessita dos adultos para sobreviver, mas já está, desde o nascimento, pré-orientada socialmente e tem grandes capacidades de aprendizagem. Por um lado, a criança manifesta preferências pelos estímulos sociais (rosto humano, voz humana, tacto humano, etc) e por outro lado, tem uma necessidade primária (não aprendida) de estabelecer vínculos afectivos estreitos e duradouros com os adultos. Por isso, desde o nascimento, é um procurador activo de estímulos sociais e ao longo do primeiro ano de vida vincula-se afectivamente a quem cuida dele, se interactuarem adequadamente com ele.
— Os vínculos afectivos mediatizam a sexualidade durante toda a vida e na primeira infância mediatizam-na muito mais. Durante os dois primeiros anos de vida, os vínculos afectivos com os progenitores (ou quem faz as suas vezes), tecnicamente chamado apego, tem uma importância central na vida sexual e afectiva da criança. O apego é um vínculo afectivo entre a criança e os que cuidam dela que implica sentimentos (segurança e bem-estar quando estão juntos, angústia perante a separação etc.) e comportamentos (procura de proximidade e contacto sensorial, abraços, etc.) e um conjunto de expectativas (esperam do outro determinados comportamentos) que se formam durante o primeiro ano de vida. Este vínculo tem grande importância ao longo de toda a vida. Este vínculo forma-se e mantém-se graças a um sistema privilegiado de interacções da criança com quem a trata, que supõem, contacto íntimo (proximidade e contacto pele a pele), desformalizado (não se respeitam as normas sociais próprias da comunicação), constante (com as mesmas pessoas) e frequente (dado que as crianças necessitam de total dedicação). Estas interacções são muito absorventes para o adulto (este deve dedicar-lhes grande quantidade de tempo), assimétricas (o adulto é que detém o controlo e pode adaptar-se à criança) e permissivas para com a criança (dado que este não é considerado como alguém que pode obedecer). Posteriormente, não há praticamente contacto corporal com as pessoas, a comunicação é muito mais formalizada e as relações são mais independentes e esporádicas.
Segundo estes autores, esta relação com a figura de apego é muito importante, porque é onde aprendemos a tocar e a ser tocados, olhar e ser olhados, comunicar e entender o que nos dizem os outros. Tudo elementos essenciais para o intercâmbio sexual, porque quando temos relações sexuais também nos tocámos, olhámos e falámos de forma íntima e desformalizada. Também é nas relações de apego que se adquire a confiança emocional básica, que nos permite abrir-nos com confiança aos outros, acreditar nas nossas possibilidades e superar, se for necessário, as decepções afectivas que podemos ter ao longo da vida.

Em síntese, segundo López e Fuertes (1999) na experiência relacional com as figuras de apego as crianças adquirem:
— Confiança básica e segurança que lhes permite abrir-se a contactos com o meio físico e social. As figuras de apego são a base de segurança a partir da qual as crianças exploram o mundo físico e estabelecem contactos de confiança com as outras pessoas e esta é a base emocional necessária para que possam ter relações sociais adequadas.
— Nesta relação com a figura de apego também aprendem:
- - o uso e significado das formas de comunicação íntimas, desformalizadas, etc., que têm um papel decisivo nas relações sexuais e afectivas;
- - o uso e o significado das expressões emocionais;
- - a fazer pedidos quando sentem necessidades e a satisfazer as necessidades dos outros.
— As crianças generalizam estas experiências e usam estas aprendizagens noutras relações sociais, especialmente naquelas que impliquem afectos e formas de comunicação íntimas, desformalizadas, etc., como são:
- - o enamoramento;
- - as relações sexuais;
- - a amizade;
- - etc.

Possíveis Ideias-Chave que Surgiram no Diálogo (3): De que forma é que os velhinhos manifestam a sua sexualidade

As respostas poderão ter sido do tipo: ao acariciarem, beijarem, darem abraços, darem apertos de mão, conversarer, etc..

Curiosidades sobre ...Curiosidades sobre ...Curiosidades sobre ...Curiosidades sobre ...

— Está claramente confirmado que muitos conservam o interesse e a capacidade sexual até idades muito avançadas. Nos casos que não é assim deve-se a deficiências de saúde e, sobretudo, a deficiências ambientais que os impedem de interessar-se e levar a cabo condutas sexuais.
— A sexualidade não se reduz à genitalidade e à procriação. Mesmo quando diminuem as suas capacidades biofisiológicas há outras capacidades que estão enriquecidas: o interesse pelo contacto corporal global; a ternura, a comunicação, a empatia, etc..
— Libertados das preocupações e esforços que a profissão e os filhos exigem, sem medo da gravidez e com mais tempo para si próprios, podem adoptar um estilo de vida mais cómodo e com mais prazer. Tudo isto pode contribuir para que as relações pessoas e sexuais sejam enriquecidas. Abraçar-se, acariciar a pele, falar um com o outro, olhar-se ou tocar-se com ternura pode dar tanto prazer como as relações sexuais coitais. Os sentimentos de segurança são os mais valorizados.

Possíveis Ideias-Chave que Surgiram no Diálogo (4): Tipo de mensagens

As respostas poderão ter sido do tipo: as pessoas da nossa idade acham normal sair à noite durante a semana e os nossos pais não, ter relações sexuais com o namorado(a) e os nossos pais não, etc..

Para pensar mais sobre o assunto...

Comparar as mensagens que os jovens dizem que lhes transmitem as pessoas da sua idade e as mensagens das pessoas da idade dos pais. Reflectir sobre os factores que estarão na base das diferenças encontradas, como por exemplo:
— Quem pondera melhor as consequências futuras das atitudes e comportamentos sexuais dos adolescentes? Porquê?;
— Os pais e os jovens têm diferentes expectativas para o vosso projecto de vida? Porquê;
— Os pais e as pessoas da vossa idade têm conhecimentos diferentes sobre biologia, saúde, psicologia, histórias de vida reais, etc. que os levam a tomar decisões diferentes sobre a vossa saúde sexual?
— Etc..
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