Neve

O clima do PNPG e seu enquadramento no clima nacional

As características do clima Português e a sua evolução ao longo do ano dependem essencialmente da posição marginal de Portugal em relação ao Atlântico. As variações regionais que este apresenta são o resultado do gradiente de latitudes Norte - Sul e da distância ao litoral, numa direcção Oeste – Este.
Pluviosidade
As regiões do Norte estão sujeitas a uma precipitação anual muito mais elevada do que as regiões do Sul. Nas bacias hidrográficas do Noroeste verifica-se uma precipitação anual média que ronda os 2000 mm, enquanto que nas do Sul interior esta não excede os 700 mm.


A influência marítima directa, traduzida na penetração para o interior do efeito das brisas marítimas, apenas se faz sentir até cerca de 40 – 60 Km da costa. Na região Norte de Portugal, a barreira montanhosa que se interpõe aos ventos chuvosos do litoral faz com que a variação da precipitação na direcção Oeste – Leste seja muito brusca. As chuvas aumentam primeiro do litoral para o interior, diminuindo bruscamente após ultrapassadas as primeiras cordilheiras montanhosas (correspondentes aproximadamente ao território com cotas acima dos 800 – 1000 metros de altitude), por associação do afastamento em relação ao mar com o obstáculo topográfico que essas montanhas representam.
Na região onde se inclui o PNPG, os principais obstáculos topográficos compreendem os maciços da Peneda, Amarela, Arga, Gerês e Cabreira. Os seus efeitos sobre o clima regional são uma função tanto das suas características (altura, comprimento, traçado e continuidade) como da sua orientação relativamente ao fluxo que as atinge e das qualidades deste último (sobretudo a sua velocidade e instabilidade).
Com efeito, um obstáculo topográfico pode produzir ou a ascensão de uma massa de ar ou o seu desvio lateral, acompanhado de divergência. A ascensão, associada a massas de ar instáveis e rápidas, provoca precipitações abundantes. O ar quente proveniente do litoral vê-se obrigado a ascender ao contactar com as encostas montanhosas. Ao fazê-lo arrefece, o que dá lugar à condensação do vapor de água por se ter alcançado o nível de saturação. O ar descarrega toda a sua humidade nas vertentes expostas aos ventos dominantes, ou vertentes de barlavento, descendo depois pelas vertentes resguardadas dos ventos, ou de sotavento, com um teor de humidade menor. Nessas regiões, produzem-se muito menos chuvas do que nas vertentes expostas directamente à influência atlântica.
Invernos
A conjugação dos efeitos da distância ao mar, altitude e exposição directa à influência oceânica leva à distinção de vários tipos de clima regional. Na zona situada a norte do Douro, os vales de altitudes inferiores a 800 metros caracterizam-se por Invernos suaves e Verões frescos. A precipitação nessas regiões é elevada, fruto da influência oceânica, embora ocorram, em média, dois meses de secura estival. A humidade atmosférica é elevada durante todo o ano e os nevoeiros são muito frequentes, mesmo no Verão.
Verões
nevoeiro
Mais para o interior, o aumento de altitude que se verifica com a interposição dos maciços interiores leva a um aumento do rigor invernal, que se apresenta frio e nevoso e com precipitações elevadas (em alguns pontos ultrapassa os 3000 mm). Os nevoeiros são também muito frequentes, excepto no Verão que é relativamente quente.
Para lá das regiões em que a penetração oceânica deixa de se fazer sentir, a pluviosidade é menor e o clima apresenta características nitidamente continentais.